WASHINGTON — Se o presidente Donald Trump chegou a avaliar que o candidato republicano ao Senado pelo Alabama, Roy Moore, deveria deixar a corrida por causa das acusações de assédio e abuso sexual contra menores décadas atrás, agora ele já defende indiretamente um voto pelo colega de partido. A repórteres, Trump defendeu Roy Moore nesta terça-feira.
— Moore nega veementemente (as acusações). Ele disse que não aconteceu. Vocês têm que ouvi-lo também — disse Trump, perguntado sobre sua posição sobre o caso Moore. — Não precisamos de um progressista na corrida. Olhei seu histórico (falando sobre o democrata Doug Jones, adversário de Moore). Ele é terrível quanto à criminalidade. Terrível sobre a fronteira. Terrível sobre o Exército.
Representante dos ultraconservadores, o candidato republicano ao Senado pelo Alabama foi acusado de assediar nove mulheres, incluindo duas menores. O ex-juiz — que abandonou a magistratura por se negar a retirar uma homenagem à Bíblia em sua corte — nega as acusações e disse que se trata de uma “caça às bruxas”, recusando-se a sair da disputa eleitoral.
Trump silenciou sobre Moore, e a Casa Branca afirmou, por meio da porta-voz Sarah Sanders, que “os eleitores do Alabama” decidirão sobre o caso do candidato. Vários caciques republicanos, entre eles seus líderes no Congresso, pediram a saída de Moore da campanha.
O ex-juiz já foi duas vezes removido do seu posto no tribunal máximo do Alabama. Uma das retiradas aconteceu porque Moore se recusou a obedecer uma ordem da Justiça federal para retirar um monumento de granido dos Dez Mandamentos do edifício judicial estatal. A segunda saída forçada veio porque o republicano exortou os juízes do seu estado a desafiar a decisão da Suprema Corte dos EUA que legalizou os casamentos homossexuais.
(Colaborou Henrique Gomes Batista, correspondente)