Bem-estar & Saúde

QUARTA, 08/11/2017, 06:00

Cidade de São Paulo já tem dez casos suspeitos de febre amarela

A Secretaria Municipal de São Paulo já investiga dez casos suspeitos de febre amarela na capital paulista. Todos os pacientes foram diagnosticados com quadro suspeito em outubro. Até então, só houve casos confirmados de febre amarela em humanos no interior do estado de São Paulo.

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Vacinação contra a febre amarela se expande para Guarulhos. (Crédito: Joyce Ribeiro/CBN)

Vacinação contra a febre amarela se expande para Guarulhos.

Crédito: Joyce Ribeiro/CBN

Por Guilherme Balza

Uma doença que avança no estado mais rico do país e agora ameaça a maior cidade. A capital paulista tem dez casos suspeitos de febre amarela. Três pacientes foram internados. Os dados foram confirmados à reportagem da CBN, com exclusividade, pela Secretaria Municipal de Saúde. 

São pacientes que apresentaram sintomas da doença, conforme explica a médica Vivian Ailt, coordenadora do núcleo de doenças transmitidas por vetores da secretaria. 

"É o paciente que tem febre, uma febre abrupta e alta, apresenta icterícia, aquilo que a pessoa fica com os olhos e a pele amarelada, presença de sangramentos e piora da função renal."

Para confirmar se é mesmo febre amarela, os pacientes fazem exame de biologia molecular, para identificar o vírus, e a sorologia, para descobrir os anticorpos ativados. O processo todo leva dez dias úteis. 

Os médicos também pesquisam por onde os pacientes circularam nos últimos dias para saber, no caso de confirmação da doença, se são casos importados de outras áreas do estado e do país ou se as vítimas foram picadas na própria cidade. 

Além dos dez casos ainda investigados, outros quatro foram descartados. Até agora, estão sendo vacinados apenas pacientes da Zona Norte, mas dois terços dos casos suspeitos são de pacientes que moram em outras regiões da cidade.

O penúltimo ciclo de febre amarela em São Paulo terminou em 2009. O atual começou no ano passado, em Bady Bassit, na região de São José do Rio Preto. Nesse ano, a doença chegou a áreas inéditas, como as regiões de Jundiaí e Campinas, bem próximas da capital. Só em 2017, foram confirmados 23 casos de pacientes que adquiriam a doença no próprio estado. Dez deles morreram.

Todos os casos no estado são da febre amarela silvestre, em que o mosquito vetor é o haemagogus. O temor é que surjam casos de febre amarela urbana, no qual o mosquito transmissor é o aedes aegipty, conforme explica Maria Ligia Nerger, coordenadora do Programa de Imunização da prefeitura.  Não há casos desse tipo no Brasil desde 1942 e, na cidade de São Paulo, desde o século 18.

"Quando se fala em febre amarela no município de São Paulo é febre amarela silvestre e o vetor que está envolvido é o haemagogus. Toda ação que está sendo feita é para não urbanizar a febre amarela, que aí envolve o aedes aegypti."

As ações de vigilância foram intensificadas nos bairros ao redor da Serra da Cantareira, onde os macacos morreram. Os agentes de saúde estão entrando de casa em casa para perguntar se alguém está com sintomas da doença, para eliminar criadouros do mosquito e orientar a população a se vacinar. A prefeitura também tem feito a nebulização das ruas e dentro das casas. Mais de 720 mil pessoas já foram vacinadas.

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