Rio

Perícia confirma que tiro que atingiu Maria Eduarda saiu da arma de PM

O projétil foi retirado da coxa da menina de 13 anos morta dentro de colégio
Maria Eduarda com as amigas. Menina de 13 anos foi morta dentro do colégio, em Acari Foto: Reprodução
Maria Eduarda com as amigas. Menina de 13 anos foi morta dentro do colégio, em Acari Foto: Reprodução

RIO - O projétil que foi retirado da coxa de Maria Eduarda Alves Ferreira, de 13 anos, morta dentro de uma escola municipal em Acari, partiu da arma do cabo da PM Fábio de Barros Dias. Ele é um dos policiais presos após terem sido flagrados executando dois suspeitos em frente ao colégio onde Maria Eduarda foi morta. A informação da origem do disparo consta na perícia recebida na tarde desta sexta-feira por policiais da Divisão de Homicídios (DH). O laudo do confronto balístico deve ser finalizado até a próxima terça-feira.

A bala usada para o laudo estava na coxa esquerda da jovem. Essa é uma parte conhecida como “jaqueta” do projétil, a parte externa da bala que fica em contato com o cano. Os outros fragmentos de disparos encontrados no corpo de Maria Eduarda não davam para determinar a origem da bala.

O cabo Dias e o o sargento David Centeno, que também foi flagrado executando um suspeito, atiraram pelo menos 22 vezes com seus fuzis no dia do crime. Em seu depoimento, o sargento Centeno afirmou ter feito, ao todo, 21 disparos com o fuzil que portava, marca Imbel e número de série AHA 04148. Já Dias só afirma, em seu relato a agentes da Delegacia de Homicídios (DH), ter feito um único disparo com o fuzil Imbel número de série 123764: aquele flagrado num vídeo, que mostra o policial executando um traficante caído. A DH apura se os PMs deram mais disparos do que afirmaram em depoimento.

Em seu depoimento à DH, o sargento Centeno deu duas versões diferentes sobre as execuções. Na primeira delas, Centeno, no momento em que o registro de ocorrência do caso foi elaborado, omitiu ter atirado no homem já caído. O sargento se limitou a dizer que ele e seu colega de farda, o cabo Fábio de Barros Dias, foram alvo de disparos dos bandidos e que, após continuarem avançando pelo local, “observaram dois homens caídos ao solo”. Em seguida, ele afirmou que “enquanto preservavam o local do fato, souberam por moradores que uma menina havia sido alvejada dentro do pátio da Escola municipal Jornalista Daniel Piza”.

Num segundo relato a agentes da DH, Centeno admite que fez o disparo contra o suspeito, “acreditando que pudesse haver risco pessoal”, porque o homem portava uma pistola. Após o tiro, Centeno afirma que se protegeu atrás de um muro e, só após o fim dos disparos, recolheu as duas pistolas 9 mm que estavam com os suspeitos caídos ao chão.