Por G1


Lukashenko durante votação neste domingo (9) — Foto: Sergei Gapon/Pool via Reuters

O presidente da Belarus, Alexandre Lukashenko, foi reeleito com 80% dos votos neste domingo (9), de acordo com a comissão eleitoral do país, e parte para seu sexto mandato. A candidata da oposição, Svetlana Tijanovskaya, recebeu 9,9% dos votos.

Presidente de Belarús é reeleito para um sexto mandato

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Depois de encerrada a votação, a polícia do país reprimiu protestos contra Lukashenko. Ao longo do dia, o clima já era de tensão na capital Minsk. As imprensas russa e bielorrussa registraram o uso de bombas sonoras e canhões de água pela polícia. Mais tarde, a polícia garantiu "ter o controle da situação", segundo informou a agência estatal Belta, citando o Ministério do Interior.

Policial arrasta um homem durante confronto, em Minsk, Belarus — Foto: Dmitry Brushko/Tut.By via Reuters

Pelo menos uma pessoa morreu após ser atropelada por uma van de prisioneiros da polícia e dezenas ficaram feridas em confrontos entre a polícia e manifestantes após as eleições, disse um representante do grupo de direitos humanos Spring 96 nesta segunda-feira.

Quase 3.000 manifestantes contrários ao governo foram detidos e dezenas de pessoas ficaram feridas em Belarus na madrugada de segunda-feira, após a eleição presidencial, anunciou o ministério do Interior, que negou vítimas fatais.

"No total, em todo o país, foram detidas quase 3.000 pessoas. Durante os incidentes, mais de 50 cidadãos e 39 policiais ficaram feridos. Alguns deles estão hospitalizados", afirma o ministério em um comunicado, que cita manifestações noturnas "não autorizadas em 33 cidades e localidades do país.

Em Minsk, manifestantes se reúnem após a eleição presidencial de Belarus — Foto: Sergei Grits/AP

Nos últimos dias, o governo Lukashenko aumentou os esforços para impedir o avanço de Tijanovskaya.

Lukashenko governa o país desde 1994, mas tem enfrentado uma onda de irritação pela forma com que tem lidado com a pandemia do coronavírus, pela situação econômica do país e pelo seu histórico de direitos humanos.

Manifestantes correm pela fumaça durante protesto após a eleição presidencial de Belarus, em Minsk — Foto: Sergei Grits/AP

Tijanovskaya conseguiu atrair multidões durante seus comícios, em um país onde a oposição historicamente não consegue se firmar. Muitos eleitores foram às urnas usando um bracelete branco, um símbolo de reconhecimento a pedido da candidata.

"Considero que vencemos, porque conseguimos superar nosso medo", declarou Tijanovskaya, que nos últimos dias denunciou "fraudes eleitorais" orquestradas pelo governo, que não convidou observadores internacionais pela primeira vez desde 2001.

Ela rejeitou os resultados oficiais da votação de domingo e exigiu que Lukashenko, declarado vencedor pelas autoridades, ceda o poder no país.

"As autoridades devem refletir sobre como transferir o poder. Me considero vencedora da eleição", afirmou Tikhanovskaya, que denunciou a repressão no domingo à noite às manifestações contra a reeleição de Lukashenko.

Crítica dos observadores

Observadores estrangeiros não consideram as eleições em Belarus livres e justas desde 1995, e Lukashenko alertou os manifestantes a não tomarem as ruas após a votação.

Desde o final de julho o governo bielorrusso denuncia um suposto complô de opositores e mercenários russos para destruir o país.

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