O maior aterro sanitário da América Latina vai ser fechado neste domingo (3). A área, que recebia o lixo do Rio de Janeiro, agora vai passar por recuperação ambiental.
Quem escolheu o local do maior aterro de lixo na América Latina foi o governo da época da ditadura, em 1978. Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tem 1.300.000 m² e chegou a 2012 com 60 milhões de toneladas de lixo acumuladas de tal jeito que o aterro virou exemplo para o mundo inteiro de como não deve ser um local para o descarte de lixo.
Neste sábado (2), o último caminhão descarregou sua carga em Gramacho. “É o fim de uma história. Vai melhorar”, disse o motorista do veículo.
A partir de agora, de acordo com a prefeitura, o lixo do Rio de Janeiro irá para um aterro sanitário onde tudo será feito da forma correta. “Aqui o lixo era jogado de qualquer forma causando risco para esse entorno, a Baía de Guanabara. Lá, nós não temos esse risco ele é todo compactado, tratado”, garante Pedro Paulo Carvalho, secretário municipal de Casa Civil do RJ.
A partir de domingo, o gigantesco aterro de Gramacho estará fechado para começar um longo período de acerto de contas com a natureza.
O biólogo Mário Moscatelli, que trabalha na área desde 1997, explica: o mangue foi destruído e houve até contaminação da água. Ele diz que serão necessárias ainda décadas de trabalho para a recuperação ambiental. “Continuamente tratado o chorume que vai continuar sendo produzido e reflorestar toda essa região que foi duramente impactada todos esses anos”.
Enquanto isso, os antigos catadores de lixo de Gramacho estão mudando de vida. Com o fechamento do aterro, eles irão participar agora de cursos profissionalizantes.
Roberta reconhece os pedaços de canos que catava no lixo para ganhar dinheiro. Agora eles vão ajudar a mudar o futuro dela. “Ex-catadora e agora uma bombeira hidráulica”, comemora.