Por G1 PA


Em Altamira, mães do xingu fez uma vigília para lembrar os 25 anos da chacina na candelári

Em Altamira, mães do xingu fez uma vigília para lembrar os 25 anos da chacina na candelári

Mães que perderam os filhos de forma violenta se reuniu na noite de quinta-feira (19) em Altamira, sudeste do estado, em uma vigília que relembrou os 25 anos da chacina da candelária. O crime ficou conhecido com a execução de oito crianças e adolescentes enquanto dormiam nos arredores da Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro. Com o apoio de outras lideranças sociais, as mães do Xingu fizeram um ato público em memória aos assassinados. As vigílias aconteceram ao mesmo tempo em cinco estado do país.

“Esse é mais um dia de luta que nós temos pra dizer não a violência e justiça para os nossos jovens, adolescentes e mulheres que foram mortos. Nós queremos justiça para todos os crimes.”, disse Málaque Mauad do coletivo mães do Xingu.

Além da chacina da candelária, o ato público também lembrou as mortes violentas de jovens que aconteceram em Altamira nos últimos dois anos. Alguns desses casos ainda não foram esclarecidos e as famílias aguardam por uma resposta. O município de Altamira aparece nas estatísticas do mapa da violência como uma das cidades mais violentas do país por conta da alta taxa de homicídio, principalmente entre os jovens.

Relembre a Chacina da Candelária

Os alvos do massacre foram quarenta crianças e adolescentes que dormiam nos arredores da Igreja de Nossa Senhora da Candelária, na madrugada de 23 de julho de 1993. Seis menores, com idades entre 11 e 17 anos, e dois rapazes de 18 e 19 anos foram fuzilados por homens que passaram em dois carros.

Um deles, o jovem Wagner dos Santos, na época com 21 anos, foi obrigado a entrar em um dos carros e depois abandonado nos jardins do Museu de Arte Moderna, atingido por quatro tiros. Um ano depois, Wagner sofreu outro atentado e atualmente mora na Suíça. Em entrevista ao G1, a irmã da vítima disse que ele ainda tem pesadelos e vive com problemas de audição e visão.

Em 1993, Wagner conseguiu fazer o retrato falado de um dos envolvidos na chacina e os investigadores conseguiram identificar três suspeitos, que eram PMs da ativa e um quarto envolvido foi um agente expulso da corporação.

Os quatro foram condenados pelo crime. Maurício da Conceição, conhecido pelo apelido 'Sexta-feira Treze', morreu durante o processo judicial e os outros três, identificados como Nelson Oliveira dos Santos Cunha, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Marcus Vinícius Emmanuel Borges, somavam penas de mais de 200 anos de prisão. No entanto, todos foram soltos antes de cumprirem 20 anos.

Depois de sair da cadeia, em 2012, Marcus Vinícius, considerado o principal responsável pelos crimes, foi condenado novamente pelo Ministério Público do Rio, mas nunca foi encontrado pela polícia e é considerado foragido.

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