Acampamento com 4 mil famílias sem moradia reúne brasileiros e estrangeiros na Baixada Fluminense

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2 Comentários

  • Rtrtreterry Gfhhtg
    ALÔ PETROBRÁS !!!! MANDEM PASSAR O TRATOR EM TUDO, ANTES QUE FIQUEM POR LÁ EM DEFINITIVO !!!!!!!!!!!
  • Rtrtreterry Gfhhtg
    O MST está no Rio minha gente !!! Este é um caso típico de movimento "orquestrado". Conforme a reportagem afirma: "... Entre as tendas e barracas também há cabeleireiros, barbeiros e mercearias". MAS QUE DIABOS É ISSO ???????????

Acampamento com 4 mil famílias sem moradia reúne brasileiros e estrangeiros na Baixada Fluminense

A ocupação, que começou no dia 1º de maio, tem moradias e comércio
A ocupação, que começou no dia 1º de maio, tem moradias e comércio Foto: Gabriel de Paiva
Isabela Aleixo
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Com menos de dois meses de existência, o Acampamento de Refugiados 1º de Maio, em Itaguaí, saltou de 400 para 4 mil famílias. Estas pessoas ocupam uma área vazia e abandonada, de propriedade da Petrobras, no bairro Ponte Preta. O movimento, que luta por moradia, chegou ao local no último Dia do Trabalhador. No terreno há estrangeiros e brasileiros que temem as constantes ameaças de despejo.

No último dia 2, o Superior Tribunal de Justiça (STF) expediu uma ordem de reintegração de posse, atendendo a um pedido da Petrobras. Há a orientação de que as famílias sejam assistidas com opções de moradias e inscrição em programas sociais. Ainda não existe previsão de quando a decisão da Justiça será cumprida. Procuradas, a Petrobras e a Prefeitura de Itaguaí não se manifestaram até o fechamento da reportagem.

Josimar Sampaio mora com a família na ocupação
Josimar Sampaio mora com a família na ocupação Foto: Gabriel de Paiva

A área seria destinada à construção de um polo petroquímico, que acabou sendo levado para Itaboraí. A ocupação tem apoio de centrais sindicais e conta com uma enfermaria, cozinhas comunitárias, uma creche e quadras que foram improvisadas para que as crianças pratiquem diferentes esportes. Entre as tendas e barracas também há cabeleireiros, barbeiros e mercearias. Os moradores continuam temendo as ameaças de despejo.

Josimar Sampaio, de 47 anos, chegou ao local há duas semanas porque estava morando de favor na casa de amigos. Desempregado, o pedreiro, que vivia em Rio das Ostras, está na ocupação com a esposa, duas filhas, duas netas, dois genros e a sogra. Uma das filhas morava em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, na mesma rua onde um prédio desabou recentemente, e acabou tendo que deixar o local. A esposa dele, Jupiara dos Santos, de 53 anos, era balconista e também está desempregada, e tem expectativa de construir uma casa no local

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A haitiana Guerda Bruny tem um comércio no acampamento.
A haitiana Guerda Bruny tem um comércio no acampamento. Foto: Gabriel de Paiva

— Espero ter um terreno para fazer minha casinha aqui. Nessa pandemia, está todo mundo sem pé nem mão, e o auxílio emergencial ainda diminuiu — lamenta.

Ela e o marido já foram vítimas de enchentes que acabaram com suas casas, em Nova Friburgo e Teresópolis, na Região Serrana.

Estrangeiros tentam unir familiares

O acampamento também abriga estrangeiros. A haitiana Guerda Bruuny, de 41 anos, veio para o Brasil há seis e sonha em conseguir uma casa na área. Ela tem uma barraca onde vende biscoitos e refrigerantes, mas diz que os produtos têm pouca saída.

— Não vende nada. Meu marido e eu estamos desempregados. Só isso para ajudar, mas não vende.

Famílias improvisam para cozinhar no acampamento.
Famílias improvisam para cozinhar no acampamento. Foto: Gabriel de Paiva

Ex-refugiada, a venezuelana Yeltiyx García, de 47 anos e que vive há cinco no Brasil, se emociona ao falar sobre o sonho de ter uma casa para reunir os familiares.

— Precisamos ter um lugar para ficar com a família. Quero ver meus filhos, poder reuni-los — conta.

Yeltiyx está no acampamento com duas filhas, quatro netos, o marido e o pai dos netos, todos desempregados. Ela diz que tem filhos espalhados por outros estados e anseia por esse reencontro.

A aposentada Aparecida dos Santos foi para o acampamento porque não consegue pagar aluguel
A aposentada Aparecida dos Santos foi para o acampamento porque não consegue pagar aluguel Foto: Gabriel de Paiva

Já a aposentada que morava de aluguel em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, Aparecida dos Santos, de 65 anos, ficou sabendo do acampamento por uma amiga que também está vivendo lá:

— Foi a necessidade que me trouxe para cá. Meu salário de aposentada não dá para pagar aluguel.

Aviso em uma das barracas da ocupação em Itaguaí
Aviso em uma das barracas da ocupação em Itaguaí Foto: Gabriel de Paiva

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