"Eu não tenho condições porque é uma cirurgia cara. Eu já pesquisei os valores e eu não tenho condições alguma de pagar. Não quero fazer por vaidade. É por motivo de saúde. Quero viver para cuidar dos meus filhos. Se eu continuar engordando eu não vou conseguir. Meu medo maior é eu morrer e não conseguir cuidar dos meus filhos"., disse.

Desde quando começou a busca pela bariátrica, com a ajuda da Defensoria Pública do Estado (DPE), a baiana, que tem 1,63 m e 120 kg, já conseguiu duas liminares da Justiça determinando a intervenção cirúrgica pelo setor público. As determinações pedem multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento, contudo, nada foi feito.

"Eu tenho precisão, porque minha pressão está ficando alta constante. Os médicos já me deram relatório, atestando a minha necessidade da realização da cirurgia e, até o momento, não consegui nada", conta.

Ana Cláudia mora no distrito de Maria Quitéria, na cidade de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Uma das liminares, que foi expedida em setembro do ano passado, determina que a cirurgia seja feita no município, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que não oferece o procedimento e não tem requisitos para o encaminhamento da paciente.

A segunda liminar, determinada pela Justiça em fevereiro deste ano, é para o Estado, que ainda não deu retorno para Ana. Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou, em nota, que não comenta casos judicializados.

Enquanto a cirurgia não é feita, a baiana convive com os problemas. Em conversa com a reportagem da TV Subaé, que visitou a casa de Ana, ela mostrou os três remédios que precisa tomar diariamente para controlar a hipertensão.

"Eu tenho dificuldade para amarrar sapato, cortar unha. Não acho roupa pra mim nas lojas. Não sinto mais vontade de sair. Me sinto muito mal. Tem dias que eu não consigo levantar"

Ana Cláudia conta que tenta perder peso há 2 anos, mas não consegue. Ana disse que trabalhava na roça, mas teve que deixar o emprego. Para não ficar parada, ela aprendeu a fazer acarajé na internet e passou a produzir o quitute para vender na comunidade onde mora, na zona rural.

A baiana tem dois filhos, um de 4 e outro de 12 anos. O mais velho ajuda a mãe em casa.

"Meu filho me ajuda muito. Apesar de ser criança, ele me ajuda bastante. Foi um presente de Deus. Ele sempre me vê passando mal em relação à minha pressão e fica preocupado", conta Ana Cláudia.

A baiana pede ajuda para conseguir a cirurgia.

"Eu quero fazer um apelo para algum médico que esteja assistindo essa reportagem, ou alguém que se solidarize, e possa me ajudar na realização dessa cirurgia, pois eu trabalho só final de semana, como autônoma, mas é pouco o que eu ganho, porque onde eu moro é zona rural. O movimento não é tão grande, mas eu agradeço a Deus pelo que eu faço", disse.

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