Política Brasília

Em ato no Planalto, juízes e procuradores pedem vetos na lei do abuso de autoridade

Lei foi aprovada no Congresso na semana passada
Grupo fez manifestação no acesso principal do Palácio do Planalto Foto: Gustavo Maia
Grupo fez manifestação no acesso principal do Palácio do Planalto Foto: Gustavo Maia

BRASÍLIA - Integrantes de categorias do Judiciário e do Ministério Público Federal (MPF) protestaram na tarde desta terça-feira na frente do Palácio do Planalto para pedir que o presidente Jair Bolsonaro vete itens na lei que define quais situações configuram abuso de autoridade , aprovada pelo Congresso na semana passada . Aproximadamente cem pessoas se posicionaram diante do acesso principal da sede do governo federal, na Praça dos Três Poderes.

No local, havia representantes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), entre outros. De acordo com um dos manifestantes, João Tavares, da AMB, um audiência com Bolsonaro foi solicitada à Presidência para que o grupo entregasse uma nota técnica sobre os dispositivos que recomendam o veto.

ENTENDA : o alcance da lei que pode punir juízes e policiais

Em uma das faixas levadas ao ato, a reclamação era de que o "PL do abuso" significaria "estuprador solto e promotor preso" e "homicida solto e juiz preso". Em outra, o texto foi classificado de "estatuto do delinquente".

categorias mais atingidas
33 crimes tipificados*
Apenas três
afetam parlamentares
Autoridades com mais crimes previstos
3
4
º
Profissionais de
Carteirada
Coibir liberdade de reunião e associação
Atribuições de culpa
29
Segurança Pública
35º
Promotores
21
e procuradores
38º
20
Juízes
Outros
6
agentes públicos
Fonte: MP *Moro defende vetos e mudanças na redação do projeto
autoridades
Mais atingidas
33 crimes tipificados*
Apenas três
afetam parlamentares
3
4
º
Carteirada
Coibir liberdade de reunião e associação
Atribuições de culpa
35º
38º
Autoridades com mais crimes previstos
Profissionais de
29
Segurança Pública
Promotores
21
e procuradores
20
Juízes
Outros
6
agentes públicos
*Moro defende vetos e mudanças na redação do projeto
Fonte: MP

Mais cedo, ao sair do Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que ainda está estudando quais trechos da proposta irá vetar e destacou que esse foi um dos temas da conversa que teve com o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, na segunda-feira:

— Conversei com o Sergio Moro ontem. Já tenho informações que o Conselho de Comandante de Polícias Militares vai me procurar. A gente vai discutir isso daí. A certeza é de que vão ter vetos.

Manifestantes criticam o projeto de lei aprovado no Congresso Foto: Gustavo Maia
Manifestantes criticam o projeto de lei aprovado no Congresso Foto: Gustavo Maia

Bolsonaro voltou a criticar o trecho do projeto que pune a utilização irregular de algemas:

— Se você prender uma pessoa, culpada ou inocente, a reação da inocente, de violência, vai ser maior. Vai estar achando que foi presa injustamente. Então, a algema preserva a vida dela, preserva a do policial também. Por que, com o passar dos anos, fica pior a questão da segurança pública? Porque (dão) direito para o suspeito. Não podemos dar a chance para o suspeito reagir e cometer um crime contra a autoridade.

Na segunda, o porta-voz da Presidência informou que Bolsonaro lhe disse que vetará alguns pontos da lei, mas não lhe adiantou quais esse pontos. O próprio Bolsonaro havia dito na noite da última sexta que só leria o projeto na segunda, mas "que vai ter veto, vai".