Serviços Financeiros

Por Weruska Goeking, Valor Investe — São Paulo

Quase 20 milhões de brasileiros fazem parte da comunidade LGBTI+ - sigla para designar lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgênero ou intersexos -, ou seja, pelo menos 10% da população com potencial de consumo estimado de US$ 134 bilhões em 2015 - cifra que numa conta simples alcançaria R$ 722 bilhões pelo câmbio de hoje

É esse o principal público-alvo do Pride Bank, que abre suas "portas digitais" a partir de hoje (17) para abertura de contas de pessoas físicas e jurídicas.

Com as operações iniciadas oficialmente em 13 de novembro do ano passado apenas para clientes convidados - a exemplo do que o Nubank já fez no passado -, o Pride sairá da "fase beta" para oferecer uma cesta de serviços que inclui conta digital, emissão de boletos, cartão de crédito pré-pago e serviços de recarga.

"O potencial do banco é grande, pelo menos 5% desse público dá para alcançar", afirma Márcio Orlandi Júnior, presidente do Pride Bank, que prefere não falar em metas, mas a declaração dá uma pista da ambição: 5% dos brasileiros LGBTI+ são 1 milhão de pessoas.

Atualmente, o banco digital conta com 9 mil clientes, no limite estabelecido pela empresa para a operação na fase experimental.

Além do negócio em si, a proposta é reverter parte dos ganhos a causas sociais e iniciativas LGBTI+. A receita vem do pacote de serviços, com valores que vão de R$ 9,99 a R$ 39,99 nas contas de pessoas físicas e de R$ 29,99 a R$ 149,99 para pessoas jurídicas.

"O banco nasceu de uma primeira vontade de dois dos nossos sócios de gerar dinheiro para causas sociais", conta Orlandi Júnior, que também é militante da causa LGBTI+ e tem passagens por empresas como Natura, Accenture e Riot Games.

O Pride Bank é fruto da ideia dos fundadores Maria Fuentes e Alexandre Simões que buscaram a parceria com a Digital Banks, empresa de desenvolvimento de plataformas de meios de pagamento, para colocar o projeto de pé.

O objetivo é tornar o Pride uma instituição de pagamentos e, posteriormente, uma sociedade de crédito direto. São 12 pessoas dedicadas ao projeto, fora os terceirizados.

A estreia para o público em geral estava marcada para junho, mês em que tradicionalmente acontece a Parada LGBTI+de São Paulo, a maior do mundo. Mas o evento nas ruas, que traz R$ 400 milhões para a cidade, foi cancelado pela pandemia e os planos do Pride adiados.

O cartão de crédito oferecido pelo banco opera sob a bandeira Mastercard e é pré-pago, o que permite que mesmo quem esteja com restrição no CPF consiga abrir a conta digital e ter acesso ao cartão.

Para a comunidade LGBTI+, o grande diferencial é a possibilidade de ter o nome social registrado no cartão, o que evita constrangimentos para transexuais ou travestis que não têm a chamada "passabilidade", por exemplo.

"Quando se fala em passabilidade é o quanto a pessoas já passou pelo processo de transição e o quanto ela já se parece com o gênero que 'escolheu", explica Márcio.

Propósito social

Junto do Pride Bank foi criado o Instituto Pride, que recebe 5% da receita bruta gerada pelo banco, ou seja, antes do desconto de salários e outros custos, e destina o dinheiro para causas importantes da comunidade LGBTI+.

O instituto apoia, atualmente, as casas de apoio Arouchianos e Branda Lee, a rede Família Stronger, o fundo social Elas e a ONG EternamenteSOU, que é um centro de convivência para idosos LGBTI+. Outros 5% são investidos em iniciativas de cultura, entretenimento e esportes voltados para a comunidade LGBTI+.

Quem administra o instituto é a empresa de tecnologia social Welight, que usa blockchain para dar transparência sobre como cada centavo é distribuído e aplicado.

"De um lado prestamos serviços bancários para a comunidade e devolvemos onde ela mais precisa, que são as causas sociais", diz Márcio.

Novidades a caminho

Nos planos do Pride Bank ainda está a oferta das populares maquininhas de pagamento. "Estamos fazendo um trabalho de conseguir taxas mais baixas", explica Márcio, que planeja anunciar novidades relacionadas a esses serviços nas próximas semanas.

No futuro, a ideia é oferecer também plano de saúde aos correntistas.

"Parece algo besta, mas não é. Ter um atendimento em que o gay não sinta medo de ir em um proctologista, por exemplo. Mas o pior é para os transgêneros. O homem transgênero continua precisando dos exames ginecológicos e o plano de saúde precisa de uma rede de médicos preparada", explica Márcio, que conta estar em "conversas adiantadas" com operadoras de planos para começar a oferecer o serviço.

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