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Fogo cruzado

Ex-ministro volta ao debate político no Twitter e critica Flávio Bolsonaro

O ex-ministro Moreira Franco

Rodrigo de Souza

O Twitter se tornou uma ferramenta indispensável para políticos, sobretudo para aqueles que tentam retomar um lugar de destaque no debate público. É o caso do ex-ministro Moreira Franco, que tem se dedicado a discorrer sobre assuntos de interesse nacional em sua página no microblog. Nesta quarta-feira, o atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães usou a rede para criticar uma declaração de Flávio Bolsonaro feita numa entrevista exclusiva ao GLOBO, defendendo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria que "arrumar mais um dinheirinho" para cobrir os gastos da União.

"Pressionar Guedes para 'arrumar mais um dinheirinho' para investir em infraestrutura lembra tempos de irresponsabilidade fiscal", escreveu Moreira Franco em seu perfil.

E completou: "É senha para burlar Teto de Gastos. Termina com mais dívida e recessão. Sério é orçamento só para custear o programa, aprovado para Congresso e fiscalizado p/ TCU".

Pouco mais de uma hora depois, enquanto as redes repercutiam falas do senador Flávio Bolsonaro — incluindo críticas à Lava-Jato —, Moreira Franco, que já chegou a ser preso pela operação em 2019, tuitou: "Caixas pretas não são próprias da democracia. Instituições de Estado estão sujeita à fiscalização. Investigações têm ser conduzidas respeitando o devido processo legal, sob pena de se transformarem em perseguição contra adversários políticos. Aos Poderes cabe a impessoalidade".

Críticas ao governo Bolsonaro dão o tom do perfil do ex-ministro. Nesta terça-feira, ele escreveu em uma publicação: "Ação para enfraquecer a Democracia no país. Agressão a Constituição. Clima de complô. No Ministério da Justiça faz-se dossiê sobre servidores opositores do governo. Quem, como, pq dessa polícia própria de ditaduras?".

Wellington Moreira Franco (MDB) fez parte dos governos Temer, amigo seu e companheiro de partido, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula e Dilma Rousseff (PT). No governo Temer, comandou as pastas de Minas e Energia e Secretaria-Geral da Presidência. Ele também foi governador do Rio de Janeiro, prefeito da cidade de Niterói (RJ) e deputado federal por três mandatos.

Após ser citado diversas vezes por delatores no âmbito da Lava-Jato, foi preso no fim de março de 2019, junto com Michel Temer. Franco deixou a prisão quatro dias depois, por decisão liminar do Tribunal Regional Federal (TRF), que também determinou a soltura do ex-presidente. Hoje, Moreira Franco é diretor-presidente da Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao MDB.

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