07/04/2015 18h54 - Atualizado em 07/04/2015 20h35

Presidência anuncia saída de Vargas; Temer fica na articulação política

Vice assumirá atribuições da Secretaria de Relações Institucionais.
Vargas se desgastou no cargo durante eleição para presidência da Câmara.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília

 A Presidência da República informou nesta terça-feira (7), por meio de nota, que o ministro Pepe Vargas (PT) deixou o comando da Secretaria de Relações Institucionais e que o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, assumirá as atribuições da pasta, responsável pela articulação política do governo.

A saída de Vargas se deu após uma tentativa frustrada de se transferir o ministro Eliseu Padilha (PMDB), da Aviação Civil, para as Relações Institucionais. Segundo informou o Blog da Cristiana Lôbo, o PMDB barrou a indicação. De acordo com o Blog do Camarotti, a presidente Dilma Rousseff chegou a pedir desculpas ao ministro Pepe Vargas, por ter vazado a notícia de que havia intenção de ele ser substituído.

Após a confirmação da saída de Pepe Vargas, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, concedeu entrevista no Palácio do Planalto para explicar a mudança. “A incorporação de todas as funções passam a ser administrativamente da Vice-Presidência”, disse o chefe da Casa Civil.

Mercadante, que participou da reunião da presidente com Pepe Vargas, contou que o diálogo foi “tranquilo” e que o ministro se mostrou pronto para “o que for preciso”.

“Foi uma conversa bastante tranquila, com um homem público vivido, experiente e que sabe que essa opção foi a opção que, neste momento, atende às necessidades políticas do governo e do Congresso Nacional”, destacou Mercadante.

Ex-prefeito de Caxias do Sul (RS) e deputado federal pelo PT, Pepe Vargas era alvo de críticas de integrantes da base governista, especialmente dos parlamentares do PMDB, desde que comandou a fracassada operação política para tentar emplacar o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Câmara - o vencedor foi Eduardo Cunha, que, embora do PMDB, é crítico ao governo.

Temer na articulação política
Mercadante destacou a “larga experiência pública e política” do vice-presidente Michel Temer. Segundo ele, a relação do Planalto com o Congresso Nacional deverá ser “harmonizada” com a mudança na articulação política. O ministro frisou, entretanto, que “não se discute” o empenho, a competência e a lealdade de Pepe Vargas.

“Esta solução política, neste momento – com tantos desafios políticos para o país –, ajuda a harmonizar melhor as relações com o Congresso, entre os poderes e com a base”, ressaltou.

Mercadante relatou que a “solução política” foi encontrada após todos os líderes partidários e presidentes de legendas que se reuniram nesta tarde com Dilma reconhecerem que a mudança ajudará “bastante” na interlocução do governo com o Legislativo e no fortalecimento da base aliada. “E até na interlocução com forças políticas da oposição”, observou o chefe da Casa Civil.

O ministro afirmou que a interlocução política é uma “tarefa mais complexa” e não diz respeito a um único partido. Segundo o chefe da Casa Civil, a articulação exigirá “muito diálogo e mediação” com todos os partidos da base e da oposição. Na avaliação do principal conselheiro político da presidente, Temer saberá executar esta função “muito bem”.

Nota
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Presidência sobre a saída de Pepe Vargas e as novas atribuições de Michel Temer.

NOTA À IMPRENSA

A presidenta da República Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira, 7 de abril, que a Secretaria de Relações Institucionais passa a integrar as competências do vice-presidente da República Michel Temer. Ela agradece o empenho, a lealdade e a competência do ministro Pepe Vargas, que deixa o cargo.

Secretaria de Imprensa/SECOM
Presidência da República

 

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