Por Marcelo Baccarini


Reabertura do comércio na pandemia muda a rotina das 'sacoleiras'

Reabertura do comércio na pandemia muda a rotina das 'sacoleiras'

A reabertura do comércio mudou a rotina das 'sacoleiras', profissionais que compram no atacado para revender no varejo em pequenas lojas. Para abastecer o estoque, esses comerciantes precisam estar de olho no relógio.

Quando se vê imagens na TV, com as ruas do Brás tomadas por uma multidão em plena pandemia deve-se pensar: "o que esse povo precisa tanto comprar?".

Lauro Pimenta, dono de uma loja no Brás responde essa pergunta. "Perfil maior do consumidor é o que chama de atacarejo. Cliente que vem de excursão de diversas lojas do brasil pra revender nas suas lojas, mas a maioria é da vizinhança, no bairro mesmo. Os sacoleiros", explica.

Uma dessas 'sacoleiras' é a Maria Auxiliadora, conhecida como Dora. Há 16 anos ela tem uma loja num bairro popular da Zona Sul de São Paulo. Nos meses em que o comércio ficou fechado, Dora comprava mercadoria pelo WhastApp e vendia para clientes da mesma forma. "Comprei bem menos e vendi menos. Uns 70 por cento a menos no período que as lojas estavam fechadas", conta.

O PEGN acompanhou Dora na sua volta ao Brás. Ela segue até o centro de transporte público. Antes da pandemia, a empresária visitava até doze confecções por dia. Agora, nem metade.

E agora que voltou o que mudou? "Na verdade a regra é o tempo é curto. A parte da manhã abre shoppings, galerias e a tarde as lojas das 11h às 15h e horário reduzido. Tá difícil. Você gasta em torno de uma hora pra fazer compra em cada loja, não da pra fazer muita loja, é bem corrido, tem que chegar cedo e não consegue fazer o que fazia antes", explica.

Toque no tecido. A Dora nunca sentiu tanta falta dessa experiência que o digital não dá. Com a flexibilização do comércio, aos poucos, a sacoleira vai voltando ao que faz de melhor.

"Tem que olhar, aqui costuras, etiqueta. Aqui tá o detalhe do bolso de uma calça. Tem que ver. Modelo das pernas. Isso é necessário que você pegue nas roupas pra você ver. Se não pegar não vê as diferenças. Se não pegar não vou conseguir ver a diferenciação pela foto não da esses detalhes", diz.

O Lauro, dono da loja no Brás, já recuperou metade do faturamento com as vendas para sacoleiras como Dora. "Pegando mesmo o período do ano passado estou com 50 a 60 por cento das vendas. Em pensar com horário reduzido não vejo como negativo. Nunca comerciante pensa em regredir, a gente imagina com ampliação do horário a gente se aproxima com números anteriores".

A reabertura do comércio trouxe mais uma vantagem para quem precisa comprar mercadoria para revender: preços mais baixos.

"Baixamos preço, investindo em novos modelos e prazo pro consumidor pra ele revender receber e voltar e comprar mais. Vira ciclo positivo", conta Lauro.

De volta à loja com estoque renovado, Dora recebe clientes e confirma: já recuperou 70% do faturamento com as vendas pós-reabertura.

DORAS MODAS
Rua Salgueiro do Campo, 505 - Jardim Ibirapuera
Telefone/whatsapp: (11) 980834824
Facebook: https://www.facebook.com/dora.maria.7186

DEJELONE
R. Oriente, 359 - Brás, São Paulo
E-mail: dejelone@dejelone.com.br
Telefone: (11) 2291-4730
Whatsapp: (11) 96356-0115
Site: https://www.dejelone.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/lojasdejelone/

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