Por Raoni Alves, G1 Rio


Ministros da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e da Argentina, Dante Sica, em cerimônia para acordo automotivo entre os dois países — Foto: Raoni Alves/G1

O ministro da Economia Paulo Guedes disse nesta sexta-feira (6) que "lamenta profundamente" o que ele chamou de brincadeira, quando disse que Brigitte Macron, mulher de Emmanuel Macron, presidente da França, "era feia mesmo".

Segundo Guedes, sua fala foi retirada de contexto. O objetivo dele na ocasião, era mostrar que a imprensa foca em "ruídos" e não nos assuntos mais relevantes.

"Eu lamento profundamente a brincadeira de mau gosto que eu fiz ontem. Foi uma brincadeira de profundo mau gosto. Eu só posso lamentar", disse o ministro durante uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, onde anúnciou um acordo bilateral com a Argentina que prevê o livre comércio de veículos a partir de 2029.

O comentário de Paulo Guedes sobre a mulher do presidente francês aconteceu na última quinta-feira (5), em Fortaleza, durante uma palestra para convidados no evento "A Nova Economia do Brasil - o impacto para a região Nordeste".

Guedes falava sobre o que classificou como "progresso" do governo de Jair Bolsonaro em setores diversos quando citou o episódio em que o presidente falou sobre a mulher de Macron.

"Eu tô vendo o progresso em várias frentes, mas nada disso... é... tudo isso é assim... a preocupação é assim: xingaram a [Michele] Bachelet, xingaram a mulher do Macron , chamaram a mulher de feia. Macron falou que tão botando fogo na floresta brasileira e o presidente devolveu: 'que a mulher dele é feia, por isso ele tá falando isso'. Tudo bem, é divertido, não tem problema nenhum. É tudo normal e é tudo verdade. Presidente falou mesmo, e é verdade mesmo, a mulher é feia mesmo [sorri, e a plateia ri e aplaude] . Não existe mulher feia, existe mulher observada do ângulo errado", disse Paulo Guedes, na ocasião.

Posteriormente, na própria quinta, ele tinha pedido desculpas em uma nota.

Nesta sexta-feira, o ministro voltou a lembrar os temas que, segundo ele, são deixados de lado pela imprensa brasileira.

Na sua opinião, o Brasil teve vitórias recentes. "O acordo com a União Europeia, a quebra de dois monopólios de produção e distribuição de gás para derrubar o preço da energia, a aprovação da reforma da previdência, a expansão acelerada do crédito privado, que após oito anos pela primeira vez o estoque de crédito privado no Brasil é maior que o crédito público, uma lei de liberdade econômica para abrir empresas. O que eu queria dizer era isso. Um país com a quantidade enorme de recursos naturais, riquíssimo, mas que é prisioneiro de crenças obsoletas".

Guedes ainda disse que a fala dele em Fortaleza foi retirada de contexto.

"O contexto da minha fala foi esse. Ninguém tá falando dessas conquistas e sim que o presidente falou da Bachalet, que eu falei que a mulher do Macron é feia", disse Guedes.

"O ruído é quando dão importância ao fato que a mulher é feia ou é bonita. Isso é ruído. A informação pra Europa que deveria estar indo é a seguinte: o Brasil abriu os seus mercados em busca de integração. Ou seja, as empresas europeias deveriam estar procurando comprar mais do Brasil e não comprar menos. Esse foi o sinal que nós mandamos pra eles. Mas tem o barulho. E o que chega lá é 'falaram que sua mulher é feia'. Aí vem alguém e fala que não compra mais (do Brasil)", concluiu.

"Evidentemente eu só posso pedir desculpas pela brincadeira de mau gosto que eu fiz"

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