A pandemia de covid-19 afetou negativamente a renda de 71% dos brasileiros. É isso o que indica a terceira rodada de uma pesquisa de opinião pública feita pelo Instituto Travessia, de São Paulo, com exclusividade para o Valor. O levantamento constatou que, nos últimos quatro meses, os rendimentos “diminuíram pouco” para 35% da população.
Um grupo formado por 25% dos entrevistados, contudo, disse que eles “diminuíram muito” nesse período. Por fim, outros 9% relataram ter ficado sem renda como resultado da crise sanitária, cujo marco, no Brasil, deu-se com a confirmação do primeiro caso de covid-19, em 26 de fevereiro, em São Paulo. As medidas de distanciamento social começaram a ser implementadas em diversas regiões do país em março.
A enquete mostra também que, nesse período, a avaliação de Jair Bolsonaro (sem partido) na Presidência da República é negativa. No total, 13% dos brasileiros classificam a gestão do seu governo como “ótima” e 17%, como “boa”. Ou seja, ele conta com a aprovação de 30% do eleitorado.
Em contrapartida, a soma dos que classificam a administração federal como “ruim” (16%) e “péssima” (25%) alcança 41%. Há ainda um espesso grupo, que reúne 25% das pessoas, para o qual o presidente faz um governo regular. “Em tese, esse grupo se divide pela metade”, diz Renato Dorgan Filho, sócio do Instituto Travessia. “Uma parte aprova e outra é crítica.”
A situação piora para o presidente quando o tema em análise é a gestão da crise sanitária (e não o geral da Presidência). Hoje, uma parcela de 56%, a maioria, a desaprova. Esse percentual era de 50% em março. Por outro lado, houve nesse mesmo período, e simultaneamente, um avanço dos que validam as atitudes adotadas por Bolsonaro frente à covid-19. Essa turma passou de 28% para 35%.
“O que nós tivemos aqui foi uma forte redução do número de pessoas que não sabiam responder essa pergunta”, diz Marcus Melo, professor da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe). “Ele passou de 22% para 9%, mostrando, na verdade, que aumentou a polarização em torno do presidente.”
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