Por Erick Rianelli, Márcia Brasil e Philip Hideki, RJ1


Condomínio já está praticamente pronto, mas moradores ainda não receberam as chaves dos apartamentos. — Foto: Reprodução/TV Globo

Moradores de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, compraram apartamentos pelo programa Minha Casa, Minha Vida e deveriam ter recebido as chaves dos imóveis em 2019, mas até agora continuam sem casa.

"Sou a única pessoa da minha família que fez faculdade. Coloquei na minha cabeça que eu queria algo meu, não queria viver de aluguel. Quando consegui alugar o contrato da casa, eu me senti totalmente realizada", disse a farmacêutica Danielle de Moraes.

Ela comprou geladeira e móveis, mas agora vive de favor na casa do pai. "Comecei a comprar pequenas coisas – um jogo de panela, um jogo disso, um jogo daquilo. Agora estou com várias caixas em casa, algumas já fora da garantia. E onde está o apartamento?".

Ela e outras pessoas pagaram, cada uma, R$ 160 mil por um apartamento no Condomínio Águas de Guanabara, no bairro Santa Izabel.

O empreendimento é financiado pela Caixa Econômica Federal, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, e construído pela empresa ViaSul Engenharia.

O condomínio tem 380 apartamentos – a primeira parte deles deveria ter sido entregue aos compradores em dezembro de 2019.

A obra está praticamente pronta e os operários parecem fazer os últimos ajustes.

Falta apenas uma nova data de entrega. Foram várias nos últimos meses - todas descumpridas.

"Eles ligaram para todos nós, agendando para o dia 30 e dia 1º. Um dia antes, mandaram e-mails para alguns e, depois disso, nada", reclamou o técnico de Segurança Ailson Correia, um dos prejudicados.

"Estamos conseguindo o deferimento de uma liminar para que as empresas façam a entrega das chaves", explicou o advogado Ozéas da Silva Melo, representante legal dos clientes.

Ele também afirmou que, além do atraso na entrega, a construtora cobra taxas não previstas no contrato. "Entre elas, cobrança para a entrega das chaves, o que não está em nenhuma parte do contrato".

Até o momento da publicação deste texto, a Caixa Econômica Federal ainda não havia se posicionado.

A Viasul Engenharia informou que a obra está concluída e a única pendência para a entrega das chaves aos moradores é a ativação da energia elétrica, que deve ser feita pela concessionária Enel.

A Enel informou que as obras na rede elétrica exigem o licenciamento da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Prefeitura de São Gonçalo e que a complexidade do processo de obtenção das autorizações impediu o início da obra anteriormente.

A concessionária informou, ainda, que as obras serão feitas em caráter emergencial, com previsão de término na primeira quinzena de julho.

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