Por Marília Neves, G1


Senhora observa a sala de recreação em asilo, em Grevenbroich, na Alemanha, que assim como Brasil, restringiu a visitação de familiares durante pandemia — Foto: Reuters/Thilo Schmuelgen

"Cuidem dos idosos". Foi com bastante ênfase que Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde, repetiu diversas vezes essa frase em 17 de março, quando foi anunciada a primeira morte por coronavírus no Brasil. Ele também falou sobre a importância de proteger "pai, mãe, avó, tia-avó".

Desde então, existe a recomendação de se manter os idosos em isolamento social. Com isso, as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) suspenderam a visitação dos familiares e proibiram passeios diários.

"É importante reduzir o número de visitas para evitar contágio. Em algumas instituições a visita é aberta apenas em casos excepcionais", explica Eva Bettine, Presidente da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Para diminuir a solidão, a sugestão é a videochamada. "São utilizadas para diminuir a ansiedade e os idosos saberem como estão seus familiares", diz Marcella dos Santos, enfermeira chefe do Grupo DG Sênior.

Como posso ajudar?

Família na Inglaterra faz conversa de vídeo em grupo para falar simultaneamente com a mãe e a avó pela internet durante o Dia das Mães britânico — Foto: Paul Ellis/AFP

Nos tempos de isolamento e pandemia, o voluntariado passou a ser ainda mais importante para ajudar essas instituições.

Há muitos relatos de ações de vizinhos que se propõem a fazer compras para os moradores idosos da região, assim eles não precisam sair de casa. Há histórias de solidariedade no Paraná, São Paulo, Fortaleza, entre outros estados.

A prática de atividades voluntárias diretas foi suspensa nos asilos. Uma das ações mais procuradas para voluntariado é a visitação para rodas de conversa. Com o isolamento, essa tarefa sofre mudanças: mas é possível interagir com os idosos por meio de aplicativos.

"O vínculo pode existir mesmo sendo remoto e, nesse sentido, podemos tirar vantagem da internet", afirma a psicóloga Lecy Alves Zwarg. "Conversar, jogar, brincar, cantar, ensinar ou aprender algo podem ser alternativas para minimizar o impacto emocional do isolamento."

"Incluir o idoso no processo demonstrando importância da sua colaboração é fundamental para que ele se sinta parte do coletivo e sinta que é peça fundamental para evitar contágio para a sociedade como um todo. Crises podem ser oportunidades de mudanças."

Doações são importantes

O voluntário também pode, é claro, fazer doações de dinheiro e de mantimentos, explica Marianna Barbosa Yamaguchi, da Casa de Idosos Ondina Lobo:

"Uma das grandes demandas, principalmente das instituições públicas e beneficentes, é a questão financeira, principalmente neste momento, pois diminuirão as doações e as visitas, mas as instituições continuarão funcionando. Há o custo com os profissionais e tudo o que é necessário para a sobrevivência da instituição."

Qualquer que seja a escolha do voluntariado, é preciso entrar em contato direto com as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) de sua região ou preferência. ONGs e locais públicos costumam ter uma carência maior.

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