Fechado, posto da Cruzeiro colocou aviso indicando que unidade não irá abrir nesta quarta-feira (9) — Foto: Matheus Felipe/RBS TV
Trabalhadores do Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família (Imesf) entraram em greve na manhã desta quarta-feira (9) em Porto Alegre. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até as 14h30, 20 postos estavam fechados na Capital e mais de 90 mil pessoas haviam sido afetadas. Veja a lista abaixo.
A paralisação, aprovada por três dias em assembleia, ocorre após anúncio do fim do Imesf pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior e comunicado sobre a demissão de 1,8 mil funcionários ligados à saúde da família e à atenção básica de Porto Alegre.
De acordo com o Sindisaúde-RS, a greve é motivada pelo fato de a Prefeitura não receber a categoria para negociação. Dos 140 postos do município, 77 são atendidos exclusivamente por trabalhadores do Imesf.
Vereadores receberam na manhã desta quarta-feira representação que reivindica pelo Imesf — Foto: Tonico Alvares/CMPA
Nesta quarta-feira pela manhã, servidores se concentraram em frente à Prefeitura de Porto Alegre e fizeram uma caminhada até a Câmara como forma de protesto. Representantes de entidades sindicais pediram que a Câmara Municipal de Porto Alegre faça uma mediação junto ao prefeito para que ele receba uma comissão de servidores do Imesf.
Por nota, a Prefeitura de Porto Alegre disse que não há motivos para a greve e que "a secretaria não vai tolerar a descontinuidade do cumprimento do contrato ainda vigente e o fechamento de serviços de Saúde". Confira a nota completa abaixo.
Fim do Imesf
Essa não é a primeira vez que a mobilização de funcionários reflete no fechamento de postos. Desde meados de setembro, quando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou institucional o funcionamento do instituto, os funcionários têm protestado.
O Sindisaúde-RS é contrário ao plano emergencial apresentado pela prefeitura como medida diante do fim do Imesf. Reforça que a decisão do STF não determina que os trabalhadores sejam demitidos.
O secretário geral do sindicato, Júlio Cesar Jesien, defende contratos de forma estatutária, e não celetista, como é atualmente.
Postos fechados em Porto Alegre
Postos estão fechados nesta quarta-feira (9) por conta da paralisação de servidores — Foto: Matheus Felipe/RBS TV
- US Batista Flores
- US Cruzeiro do Sul
- US Esperança Cordeiro
- US Jardim da Fapa
- US Jenor Jarros
- US Mário Quintana
- US Mato Sampaio
- US Milta Rodrigues
- US Nova Gleba
- US Passo das Pedras II
- US Safira Nova
- US Santa Maria
- US Sao Borja
- US Tijuca
- US Timbaúva
- US Vila Brasília
- US Vila Gaúcha
- US Vila Pinto
- US Vila Safira
- US Wenceslau Fontoura
Nota Prefeitura de Porto Alegre
"A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reafirma seu papel de cumprir com o atendimento adequado para a população e declara não haver motivos para greve de profissionais do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf). Esta paralisação é motivada pelo entendimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que declarou a inconstitucionalidade da lei que criou o Imesf, a pedido dos próprios sindicatos. A decisão foi referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Assim, é um contrassenso quem diz que quer continuar atendendo, deixar a população sem assistência para pleitear qualquer reivindicação. A secretaria não vai tolerar a descontinuidade do cumprimento do contrato ainda vigente e o fechamento de serviços de Saúde. Salienta-se que o modelo de atendimento que substituirá o Imesf não terá a greve como rotina, nem manterá os usuários reféns de sindicatos e interesses corporativos".