Economia

Guedes diz que Congresso precisa mudar Constituição para liberar auxílio de R$ 600 a informais

Segundo ministro, mudança é necessária para indicar as fontes de recursos para a medida
O ministro Paulo Guedes usa máscara facial durante uma coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto Foto: AFP
O ministro Paulo Guedes usa máscara facial durante uma coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto Foto: AFP

BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira que a liberação do auxílio de R$ 600 para trabalhadores informais depende da aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC). Guedes afirmou ainda que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, poderia ajudar a apressar a aprovação.

Guedes afirmou ainda que o projeto de lei já aprovado precisa ser analisado antes de ser sancionado para que sejam retirados "jabutis", pontos que não fazem parte da proposta original.

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— Sugiro inclusive o seguinte: estamos com um problema técnico que chama-se: fontes. E o presidente (da Câmara dos Deputados) Rodrigo Maia pode nos ajudar muito, se ele encaminhar e aprovar em 24 horas uma PEC emergencial que regularize isso, o dinheiro sai em 24 horas. Pode sair rapidíssimo — disse Guedes, durante entrevista coletiva à imprensa no Palácio do Planalto.

Apesar da fala do ministro, fontes da equipe econômica avaliam que a aprovação de uma PEC não é necessária para liberar o pagamento do auxílio.

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Na sequência, o ministro se corrigiu e disse que o dinheiro não sairia necessariamente em 24 horas, por causa dos prazos de pagamento dos bancos. Mas ressaltou que o Executivo depende do Congresso para agilizar o pagamento. O ministro afirmou, inclusive, que técnicos estão inseguros em assinar a medida, diante da incerteza legislativa.

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Guedes se queixou das críticas sobre o atraso na liberação dos recursos, voltados à população mais vulnerável, atingida pela crise do coronavírus. O ministro justificou a demora ainda afirmando que o programa teve que ser construído do zero em três semanas.

— Eu pediria que houvesse um pouco de compreensão. Por um lado, há essa urgência para que chegue logo. Não é trivial colocar dinheiro na mão de 38 milhões de pessoas, onde 70% não estão registrados.