• Mariana Iwakura
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Franquias (Foto: GettyImages)

Franquias: comunicação entre líderes da marca e franqueados tem sido diária (Foto: GettyImages)

Diretamente impactadas pelos decretos de fechamento do comércio e dos serviços não essenciais à população em razão da pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, as franquias sofreram redução drásticas nas vendas e estão tendo de se adaptar ao cenário atual.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Praxis Business entre 25 e 31 de março mostrou que as perspectivas das redes se alteraram após o início da crise. Antes da pandemia, 64% das franquias estimavam crescimento de mais de 10% para 2020. Agora, o cenário mudou: 51% trabalham com um horizonte de queda, e 49% afirmam que a empresa ou irá se manter no mesmo patamar ou irá crescer até o final do ano.

Para aliviar o caixa dos franqueados, 36% suspenderam ou adiaram as taxas de royaties, e 43% fizeram o mesmo com as taxas de marketing. “Uma das principais lições desse período é a necessidade de fazer uma boa gestão do caixa, tanto para franqueados quanto para franqueadores”, afirma Adir Ribeiro, fundador e presidente da Praxis Business.

Mais da metade (53%) dos CEOs ou diretores das marcas têm se comunicado diariamente com a rede. O canal mais usado é o WhatsApp, adotado por 43%. “As ações emergenciais incluem acolher o franqueado, mostrar empatia e ser ágil nas negociações”, diz Ribeiro.

Participaram do levantamento 90 franqueadoras, que representam mais de 21 mil unidades, entre próprias e franqueadas. Confira as principais conclusões da pesquisa.

Perspectivas de crescimento
Antes da crise, 64% das franquias estimavam crescimento de mais de 10% para 2020. Agora,  51% trabalham com um horizonte de queda, e 49% afirmam que a empresa ou irá se manter no mesmo patamar ou crescer até o final do ano. Para 46%, a rede sairá pior da crise em termos de estrutura, mercado e finanças. Para 28%, a rede ficará igual e, para 27%, estará melhor.

Retomada
Pouco mais da metade – 54% – diz acreditar na retomada gradual das atividades do comércio e da economia ainda no mês de abril, e 40% afirmam que esse processo ocorrerá em maio ou junho. Mais da metade (57%) dizem que os negócios retornarão ao mesmo patamar do início de 2020 no segundo semestre, e 19% opinam que isso ficará para 2021.

Atuação no mundo digital

Além das unidades físicas, 56% das franquias trabalham com canais digitais. Quase um terço, 28%, têm processo de implementação dos canais digitais em andamento. 3% ainda não têm nada iniciado nesse sentido, e 5% são totalmente digitais.

Desempenho da franqueadora
Nesse aspecto, foram analisadas separadamente as franqueadoras que fornecem e as que não fornecem produtos à rede franqueada. Entre aquelas que vendem itens ou serviços para as unidades, 44% estimam queda de entre 10,1% e 25% na receita da empresa franqueadora para os próximos três meses. Um quarto prevê redução entre 50,1% e 75%; 15%, entre 25,1% e 50%; e 9%, de até 10%.

A perspectiva de queda é maior para quem não vende para a rede. 52% dizem que haverá queda de entre 50,1% e 75%; 18%, entre 25,1% e 50%; 21%, entre 10,1% e 25%; e 9%, queda de até 10%.

Cobrança de taxas

A negociação de royalties e fundo de marketing entrou na pauta das conversas entre franqueadores e franqueados. Em relação à taxa de royalties, 36% suspenderam ou adiaram as cobranças, 25% mantiveram a cobrança normal e 15% isentaram ou cancelaram esse pagamento.

Considerando a taxa de marketing, 43% suspenderam ou adiaram a cobrança, 19% estão cobrando normalmente e 24% isentaram ou cancelaram o pagamento. O prazo médio de adoção dessas medidas gira em torno de 4 meses.

Mais negociações e orientações
Outras medidas para ajudar os franqueados são o apoio na renegociação de aluguéis (feito por 87% das franquias), o estímulo à adoção de soluções de delivery e/ou vendas online (80%), o apoio no corte de custos da unidade (76%) e a renegociação com fornecedores (73%).

Novas vendas de franquias
O momento de incerteza também afetou diretamente as negociações para a venda de franquias. Para todos as redes, as conversas foram paralisadas, e 83% viram o número de interessados cair sensivelmente.

Fechamentos de lojas
O número de unidades em funcionamento não deve sofrer grandes abalos, na avaliação das redes: para 43%, a expectativa é de fechamento de 3% do número de unidades. Outros 20% dizem que os fechamentos não deve superar 5% das lojas.