• Redação Galileu
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A carne será proibida na Universidade de Londres (Foto: Pixabay)

A carne será proibida na Universidade de Londres (Foto: Pixabay)

Não haverá mais hambúrguer, picadinho e nenhum outro prato com carne bovina nas cantinas do Goldsmiths College, da Universidade de Londres, no Reino Unido. A instituição também cobrará 10 centavos de libra (o equivalente a R$ 0,50) a mais por garrafas e copos plásticos vendidos em seus arredores — tudo isso para combater as mudanças climáticas e a poluição ambiental.

As medidas estarão vigentes a partir de setembro, que é quando começam as aulas, e são parte de um objetivo da universidade de neutralizar suas emissões de carbono até 2025. Isso significa que aquilo que é emitido acaba sendo recompensado de outra forma, como o desenvolvimento de programas para a ampliação de áreas verdes.

O Goldsmiths College é uma universidade pública, que fica em New Cross, área sudeste de Londres. A instituição é frequentada por cerca de 10 mil estudantes e foca nas áreas de arte, design, humanidades e ciências sociais. Ela foi fundada em 1981 pela Worshipful Company of Goldsmiths, companhia histórica que surgiu no século 12.

Segundo Frances Corner, que assumiu a administração do Goldsmiths College este mês, a faculdade funcionará com energia limpa assim que um último contrato acabar. A partir de dezembro, parte dos investimentos deixará de ser voltado às empresas que têm mais de 10% dos seus lucros baseados na extração de combustíveis fósseis. 

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Os estudantes terão também mais opções curriculares sobre as alterações climáticas. Muitos deles, como Isabelle Gosse, 20 anos, apoiaram a medida de banir o consumo de carne. “Eu acho que foi algo muito positivo — a universidade está reconhecendo seu poder e responsabilidade em ser consciente com o meio ambiente”, contou a aluna, ao jornal britânico The Guardian.

Recentemente, um relatório da ONU alertou para a necessidade da humanidade consumir menos carne. Produtos de origem animal são grandes culpados pelas emissões de gases do efeito estufa. Segundo a organização, no mundo, a produção de carne resulta em 41% das emissões.

Em média, cada boi ou vaca produz de 250 a 500 litros de metano por dia – só no Brasil, o rebanho está estimado em 218 milhões de cabeças de gado, de acordo com números do IBGE. O metano tem potencial poluente 25 vezes superior ao gás carbônico. O bilionário volume tóxico é somado à derrubada de vegetação nativa para a abertura de pastos, que diminuem o número de árvores responsáveis por sequestrar o  gás carbônico  durante o processo da fotossíntese e consequentemente aumentar a quantidade de poluentes na atmosfera.

A expansão territorial para as atividades da pecuária, aliás, não se restringem à destinação de espaços para os animais viverem: relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO-ONU) indica que metade dos grãos produzidos no planeta é utilizada para os 70 bilhões de animais criados para a alimentação humana.

ERRATA: Até as 13h35 de 16 de agosto de 2019, a reportagem informava erroneamente que a instituição que estava fazendo mudanças para proteger o meio ambiente era a Universidade de Londres. Na verdade, é apenas o Goldsmiths College, que é a só uma das várias faculdades da Universidade de Londres. 

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