• Giovana Oréfice
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Danilo e Vanessa com um de seus filhos (Foto: Acervo pessoal)

Donos da Bike Burguer com um de seus filhos (Foto: Acervo pessoal)

O que começou em 2015 como um negócio de rua com uma bike na Avenida Paulista hoje é uma hamburgueria no bairro de Santa Cecília, em São Paulo. Danilo Tanaka, 40, vendia hambúrgueres em uma bicicleta em um ponto de um dos cartões postais mais famosos do Brasil. Após conhecer Vanessa Falcão, 37, casaram-se e se tornaram parceiros de negócios.

Em 2017, temendo perder a licença para atuar nas ruas, partiram para um espaço físico. O bairro na zona oeste da capital foi escolhido por conta do boom de jovens que estava recebendo na época. “Muitos comércios e restaurantes estavam se instalando na região, então decidimos ficar por lá também”, diz Vanessa. A hamburgueria hoje se enquadra no regime de microempreendedor individual (MEI) e atende com um cardápio de 30 lanches, contra apenas 5 no começo dos negócios, além de um esquema em que o próprio cliente monta seu sanduíche.

Com a pandemia da Covid-19 e as medidas de isolamento social, o casal se viu obrigado a fechar as portas. “No começo, achei que a gente ia falir”, lembra a empreendedora. Ela comenta ainda que, em um domingo de vendas no início da quarentena, a Bike Burguer atendeu apenas um cliente.

O casal viu a salvação do negócio no sistema de delivery. A partir de uma plataforma da Collact, os empreendedores contataram os clientes por meio uma base de dados informando que estavam fazendo entregas. O envio do cardápio e os pedidos são todos feitos via WhatsApp. Enquanto Vanessa é encarregada de preparar os lanches, Danilo faz o delivery com sua bicicleta. Como não há mais funcionários, o estabelecimento não sofreu corte de pessoal até o momento.

Além da adoção da ferramenta para atrair clientes, a Bike Burguer ainda oferece vantagens aos consumidores. A pessoa ganha R$ 5 de desconto no primeiro pedido e, até o fim da pandemia, haverá abatimento de 5% do valor final em todas as compras. 

Além disso, todo dia 22 de setembro, o estabelecimento sorteia uma bicicleta a um cliente, em comemoração ao aniversário da hamburgueria. Neste ano, aqueles que tiverem mais compras cadastradas no sistema terão mais chances de ganhar.

Antes da crise, o sistema de delivery já era usado. Mesmo com o restaurante cadastrado em plataformas como o iFood, Vanessa diz que a demanda era baixa e que realizavam cerca 10 entregas por mês. Para a surpresa do casal, esse cenário mudou. “Desde o ano passado nossas vendas caíram, e agora na pandemia o nosso delivery arrebentou”, comenta.

O que é um medo para muitos microempreendedores para Danilo e Vanessa foi um alívio. Em vez de encarar uma diminuição nas vendas, eles notaram um aumento no faturamento mensal. O lucro continua sendo o mesmo de antes: em torno de uma média que varia entre R$ 9 mil a R$ 10 mil. “Já chegamos a R$ 12 mil”, diz Vanessa. “A gente está fazendo mais vendas só no delivery e nosso fluxo se manteve. Não houve perda por conta da pandemia.”

Entregas são feitas com bicicleta (Foto: Acervo pessoal)

Entregas são feitas com bicicleta (Foto: Acervo pessoal)

As medidas de higiene foram modificadas. Agora, ambos trabalham usando máscaras. O processo de lavagem das mãos e o uso de álcool em gel foram intensificados. Os atos são reforçados inclusive durante as entregas.

Para Vanessa, a proximidade com os clientes foi essencial ao trazê-los para uma rede digital na adoção do sistema de delivery. “A Bike Burguer nao é só uma empresa que está aqui pra vender hambúrguer, nossos clientes são nossos amigos também”, afirma a empreendedora. Ela ainda diz que cativá-los é essencial para o negócio. “É aquela pessoa que vai te manter pelo ano inteiro. Se a gente não tratasse bem nossos clientes, no momento de crise eles não voltariam.”

Apoie o negócio local (Foto: Editora Globo)