Moedas e Juros

Por Marcelo Osakabe, Valor — São Paulo


O dólar comercial mantém queda firme nesta terça-feira, com investidores reagindo a uma surpresa positiva do PIB do Brasil no 1º trimestre, que confirma o otimismo sobre a retomada econômica doméstica.

Por volta das 12h40, a moeda americana recuava 1,24%, a R$ 5,1595, perto das mínimas do dia. Este também é o menor patamar intradiário desde 4 de janeiro, quando tocou 5,1198.

O real divide com o peso colombiano o posto de melhor divisa do dia, bem à frente das demais. Contra a coroa sueca, terceira moeda de melhor desempenho do pregão, o dólar caí 0,48%. Na outra ponta, ele sobe 1,20% frente ao sol peruano.

“Grande parte da reação de hoje é ao PIB, que veio melhor que o esperado e trouxe dados positivos sobre o aumento de produtividade”, diz Simone Pasianotto, economista-chefe do Reag. “O indicador reforça a tendência de normalização completa da Selic este ano e deve levar a nova rodada de revisões de projeção.”

Pasianotto esperava um avanço de 0,5% do PIB nos três primeiros meses de 2021, na comparação trimestral, ante a expansão de 1,2% divulgada mais cedo pelo IBGE. O dado também veio acima da mediana das projeções colhidas pelo Valor Data, de 0,7%.

A economista está revendo seu cenário, mas já adiantou que espera um dólar no fim do ano em R$ 5,30, de R$ 5,38 anteriormente. Por outro lado, acrescenta, seu modelo não vê espaço para um câmbio abaixo de R$ 5,00 antes de 2025. “Enxergo uma mudança de regime e de piso para o câmbio. Claro que tudo pode acontecer, mas não vejo ele se aproximar de R$ 5,00 tão cedo.”

Após o dado do PIB, o Bank of America também revisou sua projeção de PIB de 3,4% para 5,2% em 2021. Já a projeção de câmbio no fim do ano caiu de R$ 5,40 para R$ 5,20.

Em relatório, economistas do BofA afirmam que é possível ocorrer uma valorização adicional do câmbio no curto prazo. Além da perspectiva de crescimento mais forte e juros mais altos, o país também está melhor que outros países da região em termos de vacinação.

Por outro lado, eles enxergam riscos à medida em que o ano se aproxima do fim, entre eles, uma alta dos juros americanos, uma possível terceira onda da covid-19 e também ruídos políticos, que devem crescer com a aproximação da eleição de 2022.

(Com conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)

 — Foto: Getty Images
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