Por Wallace Lara, SP2 — São Paulo


Prefeitura muda protocolo e planeja internação de pacientes com sintomas leves de Covid-19

Prefeitura muda protocolo e planeja internação de pacientes com sintomas leves de Covid-19

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo decidiu nesta terça-feira (21) mudar o protocolo para o atendimento de pacientes que apresentam sintomas leves de Covid-19 e geralmente são dispensados depois do primeiro atendimento na rede pública municipal.

Segundo o secretário Edson Aparecido, a decisão foi tomada porque esses pacientes, quando voltam para casa e não melhoram, retornam ao sistema de saúde precisando de cuidados intensivos e com quadro clínico muito grave.

“Nós cumprimos um protocolo de, quando uma pessoa chega com sintomas leves numa UPA [Unidade de Pronto Atendimento] nossa, numa UBS ou numa AMA, a gente retornava a pessoa, para que ela ficasse em observação em casa, e, caso se agravasse, voltasse ao sistema de saúde. O que está acontecendo é que as pessoas estão voltando numa situação muito agravada”, afirmou.

A secretaria de saúde pretende usar parte dos leitos do hospital de campanha do Anhembi para receber esses pacientes com sintomas leves da doença, para que eles fiquem alguns dias em observação, com acompanhamento diário da evolução clínicas nos primeiros dias de infecção.

“A ideia é que o hospital da Anhembi possa cumprir, em parte do hospital da campanha, a necessidade de nós internarmos pacientes com sintomas leves, cuidarmos, acompanharmos, para que eles não possam voltar depois com sintomas muito agravados, que exija uma internação em leito de UTI”, afirma Edson Aparecido.

UTIs de 4 hospitais públicos da região metropolitana de SP atingem capacidade máxima

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Lotação dos hospitais

O agravamento do quadro de saúde dos pacientes da rede municipal pública de saúde da capital paulista tem se refletido na taxa média de ocupação das UTIs dos hospitais municipais, que chegou a 73% da capacidade nesta terça-feira (21). Pelas contas do governo de São Paulo, são mais de 6 mil pacientes internados pela Covid-19 em todo o estado.

A lotação dos hospitais municipais, alguns com a terapia intensiva totalmente ocupada, também coloca em risco o atendimento de outros pacientes, principalmente os que tratam de câncer ou do coração e que podem precisar de mais cuidados numa UTI.

Nesta segunda-feira (20), a Prefeitura de São Paulo tinha dito que o hospital de Itaquera estava com a UTI 100% ocupada. Nesta terça-feira, deu um novo número: 95%. E que o Hospital das Irmãs Hospitaleiras, no Grajaú, com 120 leitos de UTI.

Lotação dos leitos de UTI em São Paulo nesta terça-feira (21). — Foto: Reprodução/TV Globo

Atualmente, os hospitais de São Paulo têm cerca de 6 mil pacientes, entre casos suspeitos e confirmados de Covid-19, internados em UTI e enfermarias.

A taxa de ocupação das UTIs no estado é, em média, de 60%. Na Região Metropolitana, é 80%. O Hospital das Clínicas se aproxima do esgotamento de leitos, com taxa de ocupação de 92%. Em outros hospitais de referência, a capacidade já chegou aos 100%, como os hospitais de Parelheiros, em Itaquera; o de Cidade Tiradentes; e do Emílio Ribas.

Taxa média de ocupação das UTIs da capital chega a 73%

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