• Carina Brito
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José Costa dos Santos é o fundador do Zé do Côco (Foto: Arquivo Pessoal)

José Costa dos Santos é o fundador do Zé do Coco (Foto: Arquivo Pessoal)

O sergipano José Costa dos Santos criou um negócio de sucesso na cidade de Santos, no litoral paulista: o Zé do Coco, quiosque que costuma vender 8 mil unidades de coco por semana. Com a pandemia do novo coronavírus, Zé precisou encontrar uma alternativa, apostando no delivery e no sistema de venda de coco por assinatura. Agora, o empreendedor já consegue faturar R$ 80 mil por mês.

Mas a sua história começou muito antes disso. Em busca de um emprego melhor para poder ajudar a sua família, Zé decidiu sair de sua cidade natal, Pinhão, para viver em Santos, em 1982. Com 18 anos, começou a trabalhar em uma lanchonete local — mas ainda achando que estava ganhando pouco.

Depois de 11 meses, ele passou a vender milho em um carrinho na praia e percebeu que havia muitos vendedores de coco no local. “Eu comecei a ter muito interesse. Então finalmente surgiu uma oportunidade de vender coco em um carrinho e comprei a minha licença”, conta Zé, que passou a vender a fruta em 1989.

Quando a prefeitura da cidade começou a criar quiosques na praia, Zé aproveitou a oportunidade para abrir uma loja própria, no começo dos anos 1990. No início, ele diz, era difícil porque o quiosque não tinha muita estrutura — faltava até gelo para as bebidas. “Vi que eu teria que investir mais no negócio para dar certo. Então eu recebia dinheiro e já investia”, conta Zé.

O principal diferencial do empreendedor para o seu sucesso, afirma, é o carisma que conquista os clientes. “Acho que eu já tinha o sangue e a química para fazer a coisa dar certo. A vontade de trabalhar vai motivando a gente para mudar os detalhes e melhorar.”

Com o crescimento do negócio, ele abriu mais um quiosque e um depósito para guardar os cocos que vêm diretamente de Sergipe. Zé conta com a ajuda da família no dia a dia: suas duas filhas trabalham com ele, assim como o marido de uma delas.

Negócio na pandemia

Com o fechamento da praia, Zé teve de parar totalmente a venda em seus quiosques. Ele decidiu então começar a venda por delivery, divulgando principalmente em suas redes sociais.

Antes da pandemia, Zé vendia uma média de 8 mil cocos por semana — e já chegou a vender 100 mil unidades em um mês de alta temporada. A receita foi zerada nas primeiras semanas da pandemia. Com o delivery, foi possível chegar a uma média de 250 cocos por dia. Cada coco custa R$ 4 reais, e o empreendedor também vende a água em garrafas (R$ 5 uma de 300 ml, R$ 7 a de 500 ml e R$ 10 a de 1 litro).

José Costa dos Santos é o fundador do Zé do Côco (Foto: Arquivo Pessoal)

Zé precisou fazer mudanças em seu negócio durante a pandemia do novo coronavírus (Foto: Arquivo Pessoal)

“Não era a mesma coisa, mas foi bom para o nosso nome não ser esquecido nesse período”, diz o empreendedor.

Agora, com a retomada da economia, Zé voltou a abrir o quiosque (que já está com um movimento maior do que ele esperava). Suas vendas estão em torno de 6 mil cocos por semana. Para não abandonar totalmente o sistema de delivery, ele decidiu montar um esquema de assinatura, em que faz entrega três vezes por semana na casa do cliente cadastrado.