A Uber informou ter investido mais de R$ 50 milhões, desde o início de março, em assistência financeira e de saúde a parceiros durante a pandemia. “Do dia para a noite o isolamento social tornou-se a principal medida de prevenção da covid-19 no Brasil e, junto com isso, a Uber teve que se reinventar”, disse Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil, hoje. A empresa anunciou novas medidas de segurança e prevenção à covid-19 em seus aplicativos.
Segundo a executiva, o investimento inclui R$ 11 milhões em assistência financeira aos parceiros — tanto para quem entrou em contato com a covid-19 como aos grupos de risco —, R$ 8 milhões em materiais de proteção como máscaras e álcool em gel, além da criação de centros de higienização em dez cidades, onde entregadores e motoristas podem retirar kits de proteção, higienizar veículos e instalar divisórias plásticas entre o motorista e o passageiro.
Claudia comenta que os investimentos não estão relacionados a decisões da justiça. No dia 20 de agosto, a Justiça do Trabalho determinou que a Uber Eats amplie o auxílio financeiro a entregadores que precisem interromper o trabalho devido à contaminação pelo novo coronavírus. “A Uber age como grande guarda-chuva para trazer, cada vez mais, vantagens e auxílio aos parceiros, incluindo, por exemplo, descontos em educação. É um trabalho contínuo”, disse Claudia ao Valor.
Entre as atualizações de segurança anunciadas hoje, a Uber passará a verificar a identidade de passageiros que solicitarem corridas em dinheiro, pedindo uma foto do RG. A empresa também estendeu a todo o País um serviço de gravação em áudio das corridas para registro de incidentes e atualizou o sistema U-Ajuda, que avisa as autoridades ao detectar paradas inesperadas ou longas. Agora o sistema também vai monitorar se houve algum problema caso a viagem não tenha sido finalizada no destino definido.
Diante do aumento nos casos de violência domésticas, durante o isolamento social, a empresa também decidiu estender até o fim do ano a oferta de uma ferramenta de chat que interage com a vítima e, dependendo do caso, pode enviar um carro gratuitamente para levá-la a uma delegacia ou a um hospital. “Em muitos casos a vítima não sabe o que fazer”, observa Claudia. A ferramenta criada em parceria com o Instituto Avon e a agência Wieden Kennedy já atendeu mais de 3.300 mulheres desde março.
No aplicativo Uber Eats, o consumidor poderá checar as medidas de higiene e saúde tomadas pelo restaurante de sua escolha antes de fechar o pedido. Para os entregadores parceiros motociclistas e ciclistas, a empresa distribuirá um material educativo para reforçar a prevenção de acidentes.
Esta semana, o Uber Eats também anunciou que vai começar a criar sites para restaurantes que desejarem gerenciar suas próprias entregas, sem pagamento de taxa ao Uber, até o fim do ano. O movimento também é uma forma de manter parceiros que estão buscando plataformas próprias para reduzir a comissão direcionada aos aplicativos. A partir de 2021, as taxas começam a ser pagas e negociadas caso a caso com os parceiros.
(Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)