Quase metade das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras com até 250 funcionários adotaram novas tecnologias para trabalhar em regime de “home office” após as medidas de isolamento social para combater a pandemia de coronavírus.
De acordo com um levantamento da Capterra, uma plataforma de busca e comparação de softwares da consultoria global Gartner, 43% dos entrevistados afirmam que sua empresa comprou ou instalou novos programas de computador para operar remotamente.
Segundo a sondagem, 25% dos pequenos negócios ainda planejam comprar ou instalar ferramentas para atender aos desafios do teletrabalho, principalmente contato com clientes, recursos humanos (RH) e colaboração. Outros 32% responderam que não adotaram novas ferramentas nem planejam fazê-lo.
A adoção de novos softwares foi maior entre as PMEs do segmento de tecnologia da informação, com 53% de respostas positivas. Na sequência aparecem alimentação e hotelaria (50%) e serviços financeiros (46%). Na outra ponta, marketing e comunicação (38%) e comércio e vendas (37%) ficaram abaixo da média nacional.
Já as categorias e softwares mais mencionados como de recente adoção foram:
- Videoconferência (com programas como Microsoft Teams e Skype)
- Programas de assistência remota (com soluções como o TeamViewer)
- G suite (Docs, Sheets etc.)
- Pacote Office
Com relação ao equipamento utilizado para trabalhar de casa, 49% afirmam usar itens pessoais, 29% dizem utilizar equipamento da empresa, e 22% combinam ambos.
Mudança para ficar?
O levantamento revela que 55% dos trabalhadores de pequenos negócios hoje em “home office” não costumavam trabalhar em casa antes da pandemia.
Por outro lado, 33% dos que agora experimentam o trabalho remoto dizem que gostariam de mudar para um regime 100% remoto, e outros 54% afirmam ter intenção de seguir combinando a modalidade com a ida ao escritório após a pandemia.
A maioria das empresas considera o resultado positivo. Para 70% dos entrevistados com cargos de gerência, suas empresas poderiam funcionar em seu pleno potencial com uma equipe totalmente remota.
“A aceitação à nova realidade é alta, levando em conta que estamos vivendo um experimento forçado de empresas migrando para o ‘home office’ quase da noite para o dia e tendo que lidar com os problemas com pouca ou nenhuma experiência prévia”, comenta o analista do Capterra Lucca Rossi, um dos responsáveis pelo levantamento.
A mudança, no entanto, não se tornará permanente sem desafios e obstáculos, ele comenta: “A maioria dos trabalhadores destaca os benefícios, como poder ajustar o horário de trabalho de acordo com atividades pessoais ou evitar deslocamentos, mas reconhece uma piora no relacionamento com o cliente e ressalta a solidão e o os problemas de comunicação típicos do ‘home office’”.