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Por Jornal Nacional


Família de Moïse deixou a República Democrática do Congo para escapar da violência

Família de Moïse deixou a República Democrática do Congo para escapar da violência

A família de Moïse veio para o Brasil exatamente para escapar da violência do país em que nasceu.

Uma cena é comum na República Democrática do Congo: famílias inteiras procuram abrigo e proteção em meio aos combates entre grupos armados rivais.

De 2017 a 2019, mais de 5 milhões de congoleses deixaram tudo para trás para fugir dos conflitos e quase 1 milhão procurou asilo político em outros países. No Brasil, mais de mil foram reconhecidas como refugiadas, entre 2011 e 2020.

O general Marcos de Sá Affonso da Costa comanda a missão da ONU na República Democrática do Congo.

“O congolês tem realmente uma imagem muito positiva do nosso país. O Brasil, possivelmente por conta das nossas raízes africanas, por ter um clima similar, por ser um país que tem uma imagem de um futuro para o imigrante, ele realmente está dentro das perspectivas de imigração do congolês”, destaca o general.

A República Democrática do Congo é o segundo maior país da África - só perde para a Argélia em tamanho. É rica nos recursos naturais mais cobiçados do mundo, como ouro, prata, diamantes e petróleo.

O subsolo generoso não impede que 63% dos 905 milhões de congoleses vivam abaixo da linha da pobreza. Os índices de mortalidade infantil e expectativa de vida estão entre os piores do mundo. A República Democrática do Congo ocupa aposição de número 175 no ranking das Nações Unidas de desenvolvimento humano, que tem 189 países.

Uma nação marcada por conflitos e uma sucessão de ditaduras desde a independência da Bélgica, em 1960.

Em 2019, o país registrou a primeira transição pacífica de poder, quando o atual presidente, Félix Tshisekedi, tomou posse. Mais de 6 milhões de congoleses morreram nas guerras civis.

O cientista político da Universidade de Nova York Jason Steens explica que na prática a República Democrática do Congo continua em guerra. O país é dominado por mais de 120 grupos armados. Pessoas como Moïse, assassinado tragicamente no Rio de Janeiro, acabam fugindo em busca de uma vida melhor.

Os conflitos são tão frequentes que estão estampados na bandeira congolesa: o vermelho representa o sangue dos mártires. A estrela, é um sinal de esperança num futuro de prosperidade, que ainda parece distante para a maioria dos congoleses. Como a família de Moïse, que pensou que encontraria no Brasil a tão sonhada paz.

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