Promotores federais americanos acusaram nesta quarta-feira cinco cidadãos chineses, com supostas ligações com órgãos de inteligência de Pequim, por ataques cibernéticos a mais de cem empresas de tecnologia nos Estados Unidos.
Além disso, duas pessoas foram presas na Malásia, na última segunda-feira, sob a acusação de terem conspirado com alguns dos hackers chineses para facilitar os ataques às companhias americanas, segundo o Departamento de Justiça.
As acusações, separadas em três processos distintos, baseiam-se em outros casos movidos contra hackers chineses durante o governo de Donald Trump, que acusa Pequim de roubo de propriedade intelectual.
Os promotores consideraram as prisões na Malásia como uma vitória para a cooperação internacional, já que raramente os EUA conseguem que outros países prendam hackers estrangeiros.
“O Departamento de Justiça usou todas as ferramentas disponíveis para interromper as invasões ilegais e os ataques cibernéticos por esses cidadãos chineses”, disse o procurador-geral adjunto, Jeffrey Rosen.
As acusações não afirmam que os hackers trabalharam diretamente para os serviços de inteligência da China.
No entanto, funcionários do Departamento de Justiça disseram que parte dos ataques, incluindo alguns contra alvos políticos e ativistas pró-democracia em Hong Kong, trazem indícios de espionagem estatal.
A embaixada chinesa em Washington não respondeu aos pedidos para comentar as acusações. Em outras oportunidades, Pequim negou as denúncias dos EUA de que estaria envolvida em atividade cibernética maliciosa.
Segundo o Departamento de Justiça, algumas empresas, entre elas a Microsoft, a Alphabet, dona do Google, o Facebook e a Verizon, ajudaram nas investigações e conseguiram neutralizar parte da infraestrutura de computadores usada pelos chineses.
Os funcionários do órgão, porém, não disseram se as companhias estavam entre os alvos.