Aloysio de Andrade Faria, em entrevista à TV Globo Minas em 2017 — Foto: Reprodução
O banqueiro Aloysio de Andrade Faria morreu aos 99 anos em uma fazenda de Jaguariúna (SP), na manhã desta terça-feira (15). A informação foi confirmada ao G1 pelo Conglomerado Alfa, do qual ele era acionista controlador. Ele era o integrante mais antigo da lista Forbes de mais ricos do país e tinha patrimônio estimado em R$ 8,32 bilhões, segundo ranking que ainda será publicado pela revista.
"É com imenso pesar que nós, do Conglomerado Alfa, comunicamos o falecimento do nosso acionista controlador, Dr. Aloysio de Andrade Faria, ocorrido hoje em sua fazenda na região de Campinas (SP), aos 99 anos, de causas naturais", diz nota da assessoria. O banqueiro era viúvo de Cléa Dalva de Campos Faria e deixa cinco filhas que são herdeiras e acionistas da organização.
Não há informações confirmadas sobre velório e sepultamento do banqueiro, apenas de que serão restritos aos familiares.
No setor financeiro, o conglomerado é composto pelo Banco Alfa, Banco Alfa de Investimento, Alfa Financeira, Alfa Leasing, Alfa Corretora, Alfa Seguradora e Alfa Previdência e Vida, além do Delta Bank nos Estados Unidos e Cayman. Além disso, os negócios não financeiros englobam hotelaria (Rede Transamérica de Hotéis), eventos e exposições (Transamérica Expo Center), materiais de construção (C&C Casa e Construção), agropecuária e agroindústria (Grupo Agropalma), empreendimentos imobiliários, couro (Soubach), alimentação (Águas Prata e Sorvetes La Basque), cultura (Teatro Alfa), taxi aéreo (Metro Taxi Aéreo) e comunicações (Rádio Transamérica e TV Transamérica).
Em nota, o conglomerado destacou ainda que Faria deixou a gestão das empresas há mais de 20 anos e, desde então, ela era realizada por executivos de carreira do grupo.
O banqueiro e empresário Aloysio Faria com a esposa Clea Dalva Faria. Foto de agosto de 1999 — Foto: Renata Jubran/Estadão Conteúdo/Arquivo
Perfil
De acordo com publicação feita pela Forbes, o bilionário que nasceu em Belo Horizonte (MG) aparece na 55ª posição da lista dos mais ricos do país no ranking 2020, que ainda será divulgado pela revista.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que ele concluiu a graduação em medicina pela instituição em 1945 e exerceu a profissão por dois anos. Em seguida, diz texto, iniciou carreira no ramo bancário e se tornou diretor-presidente do Banco da Lavoura de Minas Gerais, fundado pelo pai.
"Em 1971, a instituição adotou o nome Banco Real, expandiu as atividades para o exterior e se tornou um dos principais conglomerados bancários do país. Depois de transferir o controle acionário do Banco Real, Faria continuou no ramo financeiro, na direção do Conglomerado Alfa", destaca a UFMG.
Reconhecimento
"Faria foi membro do Comitê de Investimentos das Nações Unidas e recebeu a Comenda da Ordem do Rio Branco, uma condecoração oferecida pelo governo federal", ressalta outro trecho de nota da UFMG.
Em nota, o Conglomerado Alfa destacou que Faria era entusiasta das artes: ele foi diretor do Museu de Arte Moderna de Belo Horizonte e do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Além disso, criou o Instituto Alfa de Cultura, mantenedor do Teatro Alfa, na capital paulista.