Por Marina Meireles, G1 PE


Governadores do Nordeste assinam documento para reduzir emissão de gases poluentes

Governadores do Nordeste assinam documento para reduzir emissão de gases poluentes

Representantes de estados do Nordeste assinaram, nesta quarta-feira (6), a Declaração do Recife, documento que apresenta diretrizes de desenvolvimento sustentável para o poder público, empresas e a sociedade civil. A assinatura ocorreu durante a Conferência Brasileira de Mudança do Clima, que acontece até sexta-feira (8) no Recife (veja vídeo acima).

Elaborado por entidades públicas e privadas, organizações não governamentais e acadêmicos, o documento apresenta metas para priorizar o cumprimento da agenda de descarbonização até 2030 e para zerar a emissão em 2050.

"A carta traz compromissos diferenciados para cada um dos atores. Para os empresários, um deles é o limite do aumento da temperatura a 1,5°C. Para os governos, a gente sugere planos de adaptação e mitigação dos gases do efeito estufa. A sociedade civil tem a missão de monitorar esses compromissos assumidos e a academia tem o papel de olhar para as carreiras do futuro e incorporar no ensino básico a educação climática", afirmou a coordenadora de projetos ambientais no Instituto Ethos, Flávia Resende.

Conferência Brasileira de Mudança Climática é realizada no Recife até sexta-feira (8) — Foto: Marina Meireles/G1

A Declaração do Recife está disponível na internet e pode ser assinada por outros governos estaduais e entidades privadas. "Temos que ter a capacidade, como governantes, de juntar todas as agendas para garantir o desenvolvimento sustentável, em que o meio ambiente esteja junto com práticas [industriais e sociais]", declarou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

Ainda na Conferência, a Associação Brasileira de Entidades Estaduais do Meio Ambiente (Abema) apresentou a Carta dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente pelo Clima, que ratifica os impactos do clima nas escalas regional e local. O documento foi assinado por instituições dos 26 estados e do Distrito Federal.

"A mudança do clima traz impactos para toda a sociedade e enfrentar esse desafio é uma tarefa de todos os governos. Nós aliamos 48 órgãos estaduais, fundações e autarquias para assinar esse documento. Na carta, há 17 compromissos e princípios, como o fomento ao aproveitamento energético dos prédios públicos", disse o presidente da Abema, Germano Vieira.

Conferência Brasileira de Mudança do Clima reúne representantes do Nordeste — Foto: Marina Meireles/G1

Ainda durante o evento, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), assinou um decreto reconhecendo a emergência climática global no município, apontado como o 16° mais vulnerável às mudanças climáticas do mundo, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

"A gente já vive uma emergência climática e há um ato político importante de reconhecimento dessa situação que está sendo feito por cidades e entidades do mundo inteiro. O Recife se junta a eles fazendo essa decretação e, junto disso, estabelecendo metas para 2030 e 2050", contou Geraldo Julio.

O governo federal não enviou representante para o evento, que precede a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP25), em Madri, na Espanha. Segundo a organização da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, ela surgiu porque, em 2018, a União retirou a candidatura para que o Brasil sediasse a COP25.

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