Economia

PIB do Estado do Rio recuou 9,9% no 2º tri, pior resultado desde 2003, estima Firjan

Na comparação com os três primeiros meses do ano, queda é de 8,4%. Levantamento prevê retração de 4,6% em 2020 e alta de 3,3% em 2021
Fábrica da Nissan em Resende - recuperação econômica ganha fôlego em junho Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP
Fábrica da Nissan em Resende - recuperação econômica ganha fôlego em junho Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP

RIO — A interrupção da oferta de serviços, paralisação das atividades da indústria, demissões de trabalhadores e perda de poder aquisitivo da população por conta da pandemia resultaram na queda 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Rio de Janeiro no segundo trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse é o pior desempenho do indicador em 17 anos, segundo estudo da Firjan, divulgado nesta terça-feira. A indústria da transformação foi o segmento com pior resultado registrando um tombo de 18,9%, devido a redução na fabricação de veículos. A atividade já vinha com dificuldades devido a crise econômica argentina, um dos principais mercados do setor automobilístico brasileiro.

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A construção civil também recuou dois dígitos (-12%). Com isso, a indústria registrou resultado negativo de 2%.

No confronto com o primeiro trimestre, a retração é de 8,4%, marcando dois semestres consecutivos de queda na economia do estado. O tombo, entretanto, é mais leve que o resultado nacional (-11,4%). A estimativa é que o PIB fluminense feche o ano de 2020 com baixa de 4,6%.

De acordo com o levantamento, a perspectiva é que haja uma lenta recuperação no próximo ano, registrando 3,3%.

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Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, explica que o desempenho está relacionado ao impacto da pandemia sobre a atividade econômica que teve seu ponto mais acentuado em abril.

— Considerando os dados divulgados pelo IBGE até 2017 e os nossos estudos dos últimos anos, vimos que essa é a retração mais intensa — explica Goulart.

O especialista aponta ainda que nos meses de maio e junho a indústria e o comércio já apresentaram dinâmica mais positiva . Com o aumento das exportações de petróleo, compensando a redução da doméstica por combustíveis, o setor de óleo e gás registrou crescimento de 14,5% no segundo trimestre, sendo o único subgrupo com resultado positivo.

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O setor de serviços, que representa 70% do PIB fluminense, sofreu um baque de 11,5% e a agropecuária recuou 1,5%.

O estudo destaca que a situação fiscal do Estado, o combate à pandemia da COVID-19 e políticas comerciais são pontos que se trabalhados podem apontar para um cenário econômico mais positivo.

O documento ressalta ainda que “sem a concretização dessas medidas, haverá um caos social, com paralisação de serviços essenciais à população fluminense e impactos negativos na confiança de investidores e consumidores”.