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Mercedes Bustamante e Carlos Monteiro são uma dos pesquisadores brasileiros mais citados do ano (Foto: Reprodução)

Mercedes Bustamante, da UnB, e Carlos Monteiro, da USP, são uma dos pesquisadores brasileiros mais citados do ano (Foto: Reprodução)

Dezenove brasileiros integram a lista “Pesquisadores Altamente Citados 2020”, divulgada nesta quarta-feira (18/11) pelo site Web of Science, da empresa Clarivate Analytics. A publicação visa reconhecer cientistas que demonstraram ampla e significativa influência em seu campo de atuação por meio da publicação de artigos frequentemente citados por seus pares durante a última década.

Ao todo, 6.389 pesquisadores de mais de 60 países foram incluídos na lista de 2020, sendo 3.896 cuja produção científica teve impacto em áreas específicas e 2.493 com impacto cruzado (cross-field) em diversos campos do conhecimento. A seleção foi feita com base no número de artigos altamente citados que os autores produziram ao longo de 11 anos – de janeiro de 2009 a dezembro de 2019 – por especialistas em bibliometria do Institute for Scientific Information, ligado à Clarivate.

Entre os 19 brasileiros incluídos no ranking, 11 estão sediados no Estado de São Paulo e nove têm apoio da Fapesp: Paulo Artaxo (Geociências), do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP); Álvaro Avezum (cross-field), do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese; Andre Brunoni (cross-field), da Faculdade de Medicina (FM) da USP; Geoffrey Cannon (Ciências Sociais), da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP; Henriette Azeredo (Ciências Agrícolas), da Embrapa Agroindústria Tropical em São Carlos; Mauro Galetti (Meio Ambiente e Ecologia), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro; Renata Bertazzi Levy (Ciências Sociais) , da FM-USP; Maria Laura C. Louzada (Ciências Sociais), do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS-Unifesp); Carlos Augusto Monteiro (Ciências Sociais), da FSP-USP; Helder Nakaya (Imunologia), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP; e Anderson S. Sant'Ana (Ciências Agrícolas), da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Também figuram na lista Fernando C. Barros (cross-field), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Mercedes Bustamante (cross-field), da Universidade de Brasília (UnB); Adriano Gomes da Cruz (Ciências Agrícolas), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ); Mônica Queiroz de Freitas (Ciências Agrícolas), do Departamento de Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal Fluminense (UFF); Pedro Hallal (Ciências Sociais), da UFPel; Luis Augusto P. Rohde (Psiquiatria e Psicologia), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Felipe Schuch (Psiquiatria e Psicologia), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); e Cesar Gomes Victora (Ciências Sociais), da UFPel.

“É uma satisfação para qualquer pesquisador ter seu árduo trabalhado reconhecido por citações de colegas. Isso quer dizer que muitos cientistas leram seus trabalhos e reconheceram a importância. Para que alguém chegue à lista dos mais citados é importante ter financiamento contínuo e de longo prazo. Há 40 anos eu recebi bolsa de Iniciação Científica da Fapesp, seguida por bolsas de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Depois vieram seis Projetos Temáticos. Devo toda a minha carreira à Fapesp”, comenta Paulo Artaxo, que figura na lista pela quinta vez.

Como em anos anteriores, os Estados Unidos dominam a lista com 2.650 dos autores mais citados (41,5%), mas a participação relativa do país no ranking diminuiu em relação a 2019 (44%). Em seguida estão: China, com 770 pesquisadores (12,1%); Reino Unido, com 514 (8%); Alemanha, com 345 (5,4%); e Austrália, com 306 (4,8%).

A Harvard University (Estados Unidos) é mais uma vez a instituição com a maior concentração de pesquisadores altamente citados do mundo – ao todo são 188. Em segundo lugar está a Chinese Academy of Sciences (China), com 124 autores.

“Nossa análise mostra que a principal contribuição para os avanços científicos globais está sendo conduzida pelos Estados Unidos e pela China. A história deste ano é sobre o sucesso da pesquisa nesses dois países”, disse Joel Haspel, vice-presidente sênior de Estratégia do Grupo de Ciência da Clarivate, em comunicado divulgado à imprensa.

Os 100 mil mais influentes

O ranking dos 100 mil cientistas mais influentes do mundo foi elaborado por pesquisadores da Stanford University (Estados Unidos) com base em informações da Scopus, uma base de dados que reúne literatura técnica e científica revisada por pares, além de índices de citações e outras métricas. Os cientistas estão classificados em 22 campos do conhecimento e 176 subcampos. Os dados estão separados em dois rankings – um com impacto dos pesquisadores ao longo da carreira até o fim de 2019 e outro com impacto em um único ano (2019).

Os detalhes sobre o banco de dados usado na pesquisa foram divulgados  em outubro na revista PLOS Biology. A partir dessas informações, o ecólogo Kleber Del Claro, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), listou os 600 cientistas de instituições brasileiras que figuram no ranking e publicou no site A Ciência que nós fazemos. Entre os citados há vários pesquisadores apoiados pela Fapesp.