Edição do dia 30/11/2015

01/12/2015 01h33 - Atualizado em 02/12/2015 00h31

Quantidade de freelancers cresce no momento de crise e desemprego

Desemprego fez aumentar 33% em um ano a quantidade
de profissionais de tecnologia trabalhando por conta própria.

Mara Luquet / Renato BiazziSão Paulo, SP

Com o desemprego em alta, muita gente está se tornando freelancer, ou seja, ganhando por tarefa feita. O assunto é tema da coluna da Mara Luquet.

Juliana passeia com o cachorro no horário de trabalho e desenvolve sites ao ar livre, sem sair do condomínio onde mora, na zona sul de São Paulo. A vida dela ficou assim há seis meses, depois de ser demitida. Ela virou freelancer e trabalha por conta própria e ganha dinheiro com "jobs", como são chamados os projetos que ela faz sob encomenda para empresas e não tem faltado serviço.

“Eu até hoje não tive nenhum mês que não entrou nada, não tive nenhum mês que meu salário ficou abaixo do que eu recebia como CLT”, explica Juliana de Camillo, desenvolvedora de web.

Segundo a pesquisa de uma plataforma de ofertas para freelancers, o desemprego fez aumentar 33% em um ano a quantidade de profissionais de tecnologia trabalhando por conta própria, mas a crise não é a única responsável por esse crescimento.

“A nova geração, essa faixa dos 20 aos 30 anos, ela demanda também mais flexibilidade. Vai ser difícil pra uma empresa conseguir reter esse profissional mais novo que ele já não quer aquela dependência tão da carteira assinada que tem com as empresas atualmente”, analisa Sérgio Baiges, CEO da Prolancer.

A maioria dos freelancers em tecnologia são designers gráficos (35%), programadores web (29%) e criadores de conteúdo para a internet (16%) e a maioria diz levar no máximo dois meses para conseguir o primeiro job.

Muitas micro e pequenas empresas da área digital tiveram que enxugar a estrutura ao máximo para sobreviver. Em alguns escritórios para cada cadeira vazia tem um freelancer trabalhando de casa.

A agência que desenvolve sites para a área de decoração já teve cinco funcionários. Agora tem só um. Em compensação, tem quatro projetos em andamento, todos com freelancers. A dona garante que o modelo funciona, mas é preciso escolher bem antes de contratar.

“Buscar referências sobre que tipo de profissional é esse porque às vezes o profissional pode ser super competente, mas ele é um pouco lento, ou ele é um pouco nervoso, ou ele precisa de mais atenção. São vários pequenos detalhes que fazem o jovem ser bem sucedido com a contratação de freela”, diz Daniela Gautio, dona de uma agência digital.

 

 

 

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