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Home office; computador; notebook; trabalho (Foto: Claudio Schwarz/Unsplash)

Maior dependência da tecnologia, novas formações acadêmicas e início precoce na carreira são algumas das mudanças esperadas na força de trabalho do futuro
(Foto: Claudio Schwarz/Unsplash)

A pandemia do novo coronavírus tem transformado nossas vidas de muitas formas, impactando diretamente a relação com as pessoas, a tecnologia e o trabalho. Reuniões virtuais, aulas online e a telemedicina tornaram-se parte da rotina em tempos de isolamento.

O fim da crise e o retorno ao “normal”, contudo, não se darão sem mudanças permanentes na educação, no trabalho e na indústria — em especial para a geração Z (aqueles que nasceram depois de 1998).

Em artigo publicado no portal Entrepreneur, Ryan Jenkins, cofundador da SyncLX.com, listou 8 mudanças que essa geração vai viver — e causar — no mercado de trabalho:

1. Dependência ainda maior da tecnologia

O distanciamento social, necessário para frear a transmissão do novo coronavírus, faz com que o mundo tenha de recorrer às plataformas digitais para que todos se mantenham conectados — afetando inclusive as gerações anteriores que, em alguns casos, viram-se obrigadas a se adaptar. Assim, o uso das novas tecnologias no trabalho será ainda maior no futuro.

2. Formação acadêmica fora do convencional

Devido à crise, 290 milhões de estudantes ao redor do mundo foram impactados pelo fechamento das escolas. Com isso, professores se viram em uma situação totalmente nova, tendo de ministrar aulas virtualmente  — nos Estados Unidos, 70% deles nunca haviam lecionado nessa modalidade. Os estudantes, por outro lado, vivem uma experiência em muitos casos desejada, já que 62% da geração Z escolheria não ter uma formação universitária, mas possuir acesso ilimitado à internet, a viver uma situação oposta.

Além disso, apenas 26% da geração Z entende a formação como barreira para o sucesso no trabalho e 90% dos empregadores afirmam que estão mais abertos a aceitar candidatos não tradicionais, que não tenham se formado na faculdade.

Com as antigas percepções a respeito da educação superior perdendo força para estudantes, pais e empregadores, a mão de obra do futuro terá formações acadêmicas não convencionais, como as “micrograduações” (nanodegrees), certificações e portfólios digitais.

3. Carreiras iniciadas mais cedo

Como está cada vez mais fácil encontrar alternativas à faculdade, a geração Z pode trocar a educação superior pelo trabalho em empresas que ofereçam oportunidade de aprendizado e desenvolvimento semelhantes. Aliás, 62% da geração Z está aberta à ideia de entrar no mercado de trabalho antes de terminar a faculdade, de acordo com o livro Generation Z: A Century in the Making, dos autores Corey Seemiller e Meghan Grace.

4. Valor aprimorado na aprendizagem e desenvolvimento

Com a entrada precoce no mercado de trabalho ou com uma formação não convencional, a geração Z buscará empregadores que ofereçam o treinamento necessário para que eles desenvolvam habilidades como as chamadas hard e soft skills. Oitenta e quatro por cento dos americanos afirmam que suas carreiras seguirão caminhos muito diferentes daqueles trilhados por seus pais. 

Assim, empregadores que entreguem uma experiência de aprendizagem que a geração Z realmente aprecie e aplique na prática saem na frente na conquista da força de trabalho do futuro.

5. Nova visão sobre os empregadores

Se antes da crise vida e trabalho já se misturavam, agora, isso acontece de forma nunca vista. Por causa da tecnologia móvel, leva-se mais trabalho para casa e mais assuntos pessoais para o trabalho. Para a geração Z, vida e trabalho estão em harmonia.

O ambiente de trabalho do futuro não é onde o trabalho acontece — é onde a vida acontece. Espere que a geração Z veja os empregadores como uma comunidade de apoio, bem-estar e educação.

6. Caminhos diferentes na carreira

A geração Z está interessada em diversificar sua fonte de renda: 53% dos jovens dessa geração preferem o “gig job” — novas formas de trabalho, baseadas em empregos temporários ou freelancers — ao trabalho em tempo integral. Quarenta e seis por cento deles já trabalham nesse novo modelo.

Com a redução da necessidade de trabalhadores em tempo integral e o gig work se tornando mais acessível e lucrativo, espere caminhos de carreira diferentes tornando-se mais comuns no futuro.

7. Crescimento da demanda por líderes com inteligência emocional

A geração Z, além de estressada e ansiosa, é também a mais solitária. Mais da metade dos jovens dessa geração se identifica com 10 dos 11 sentimentos associados à solidão. Os mais comuns são a sensação de que as pessoas próximas não estão com eles de verdade (69%), a timidez (69%), e o sentimento de que ninguém os conhece realmente (68%).

Após esse período de incertezas e isolamento social, a geração Z vai crescer a partir da conexão, da segurança e da empatia proporcionadas por líderes emocionalmente inteligentes.

8. Maior unidade global

O número de jovens da geração Z que se identificam mais como cidadãos globais do que como cidadãos de seu próprios países, hoje em 42%, provavelmente vai crescer, levando-se em conta que dificuldades compartilhadas unem as pessoas  — e que essa população está vivenciando, junta, uma crise de saúde global.

A força de trabalho do futuro vai ter um senso maior de união global e, como resultado, vão exigir mais diversidade e inclusão de seus empregadores e líderes.