Rio

Três anos depois da Olimpíada, prefeitura inicia plantio da 'Floresta dos Atletas' no Parque Radical de Deodoro

Legado olímpico será custeado por compensações ambientais. Município planeja criar a Floresta da Zona Oeste em terreno vizinho
Prefeitura começou nesta quarta-feira o plantio das mudas da Floresta Olímpíca no Parque Radical de Deodoro Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Prefeitura começou nesta quarta-feira o plantio das mudas da Floresta Olímpíca no Parque Radical de Deodoro Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — Três anos após a Olimpíada do Rio de Janeiro , a prefeitura iniciou o plantio de mudas da Floresta dos Atletas . As 13.725 mudas de 207 espécies foram plantadas pelos atletas que participaram dos Jogos Olímpicos Rio 2016 . Nesta quarta-feira, 75 mudas de pau-brasil foram plantadas no Parque Radical de Deodoro , na Zona Oeste. A previsão é que até o final do ano todas as mudas sejam levadas para o local. O município tem um plano para, em um terreno ao lado, erguer a Floresta da Zona Oeste , cujo projeto engloba uma área de 220 hectares, segundo o secretário de Meio Ambiente , Marcelo Queiroz .

O investimento de R$ 3 milhões para o plantio, segundo o município, será custeado por compensações ambientais, um mecanismo legal de contrapartida onde as empresas cujas atividades causem impacto ao meio ambiente compensam os danos plantando árvores em áreas determinadas pela secretaria de meio ambiente. As mudas estavam sendo mantidas em um sítio de Silva Jardim pela empresa Biovert.

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— A importância ( da Floresta dos Atletas ) é transcendental. Quero dizer a vocês que ela faz parte de um projeto muito grande que é unir a Serra de Madureira ao Maciço da Pedra Branca. Queremos que esses biomas voltem a estar unidos. Aqui vocês podem ter certeza de que nós vamos cuidar com todo o carinho — anunciou Crivella.

A subsecretária de Legado Olímpico, Patrícia Amorim, destacou durante o seu discurso que não havia obrigação para o poder público municipal de realizar o plantio das mudas:

— Soubemos ter paciência para chegar a melhor solução. Não tinha cláusula no caderno de encargos que esse compromisso era da prefeitura.

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Floresta da Zona Oeste

A Floresta dos Atletas faz parte de um projeto maior do município de criar uma área maior que a Floresta da Tijuca, a partir da destinação de todas as medidas de compensação ambiental no município para um terreno vizinho ao do Parque Radical de Deodoro, doado pelo Exército, para o plantio de mudas. De acordo com a Secretaria municipal de Meio Ambiente, a iniciativa já está em andamento. A estimativa é que a área receba 600 mil mudas.

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— A gente conseguiu com o Exército uma área contígua ao parque, que gentilmente cedeu à prefeitura. A Floresta dos Atletas vai ser parte de um projeto maior que a gente chama de Floresta da Zona Oeste, que a gente quer que seja maior que a Floresta da Tijuca. Todas as medidas compensatórias de empreendimentos do Rio serão feitas nessa área. No Parque Deodoro serão plantados 10 hectares. Quando você fala em Floresta da Zona Oeste são cerca de 220 hectares. A ideia é fazer um projetão de 230 hectares para ter um sentido de legado de fato — explicou o secretário municipal de meio ambiente, Marcelo Queiroz.

Comlurb: caminhões elétricos

Marcelo Crivella também aproveitou para apresentar os nove novos caminhões de coleta de lixo que serão usados pela Comlurb. Os veículos, produzidos pela BYD, são elétricos. A previsão é que mais seis veículos sejam entregues em até seis meses e, até o fim de 2020, a frota deverá totalizar 20 carros elétricos — o equivalente a 10% da frota total da Comlurb. O Rio se tornou a primeira capital do ocidente a contar com esse tipo de veículo, movido a bateria 100% elétrica, silencioso e com zero emissão de gases de efeito estufa.

Primeiros caminhões elétricos da Comlurb: até o fim de 2020, serão 20 veículos do tipo na frota da empresa municipal, o equivalente a 10% do total Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Primeiros caminhões elétricos da Comlurb: até o fim de 2020, serão 20 veículos do tipo na frota da empresa municipal, o equivalente a 10% do total Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

— Isso aqui é uma inovação no Brasil. Nem São Paulo, nem Belo Horizonte, nem Salvador. O Rio de janeiro está dando um passo a frente na preservação do ambiente. Foi falado aqui que só a China tem caminhões elétricos fazendo coleta de lixo — disse Crivella, que acrescentou: — Carregada a bateria, ele roda 200 quilômetros.

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O presidente da Companhia municipal de Limpeza Urbana, Paulo Mangueira,  destacou que cada caminhão elétrico deixa de emitir 14 toneladas de carbono por mês:

— A Comlurb está a frente de seu tempo na troca da matriz energética. É a primeira capital do Brasil a ter caminhões dessa natureza aqui. É um caminhão um pouco mais caro, mas esse custo está sendo balanceado por conta da grande diferença de custo do Diesel e da energia. Esses custos estão equilibrados. Para os nossos garis é importante porque eles deixam de respirar gases orindos do escapamento. Por não ter ruído, a coleta noturna será mais silenciosa, deixando as pessoas terem um sono mais tranquilo. Esse motorista é todo eletrônico, cabine refrigerada.

A cerimônia de entrega contou também com a presença da vice-presidente mundial do grupo BYD, Stella Li, do presidente da BYD Brasil, Tyler Li, o diretor de vendas da BYD, Carlos Roma e do diretor de Marketing, sustentabilidade e Novos Negócios, Adalberto Maluf.  Durante o discurso, Stella Li destacou a importância da iniciativa:

— A cidade do Rio está de parabéns por ter conseguido colocar em operação a primeira frota em uma grande cidade fora da China.