Por G1


Funcionários de saúde medem temperatura corporal de passageiros que chegam da cidade de Wuhan ao aeroporto de Pequim, em 22 de janeiro, em meio ao surto de coronavírus na China — Foto: AP Foto Emily Wang

O número de mortes devido ao coronavírus na China aumentou para 25, com 835 casos confirmados e 1.072 suspeitas, segundo informações da agência estatal CGTN divulgadas na noite desta quinta-feira (23). O Ministro da Saúde do Japão confirmou o segundo caso no país – um homem de 40 anos de Wuhan, cidade mais afetada, que visitava Tóquio. A agência de notícias da Coreia do Sul "Yonhap" também noticiou mais uma infecção.

O país isolou cerca de 20 milhões de pessoas na região de Wuhan, onde surgiu um novo vírus que já deixou 25 mortos e que começou a se espalhar pelo mundo, gerando mobilização das autoridades sanitárias internacionais.

Desde a manhã de quinta, nenhum trem ou avião deixou Wuhan, metrópole de 11 milhões de habitantes situada no centro da China. Os pedágios nas saídas da cidade estão fechados.

Raio X do novo coronavírus — Foto: Amanda Paes e Cido Gonçalves/Arte G1

Em Huanggang a circulação de trens de longa distância que partem ou chegam à cidade foi interrompida. A medida vale até o final desta quinta e poderá ser estendida pelas autoridades locais. Do outro lado do rio Yangtzé está a cidade de Ezhou, que também amanheceu com a estação central de trens fechada.

Segundo o "New York Times", a medida afeta ainda duas cidades menores, Chibi e Zhijiang. Antes, o governo chinês já havia adotado medidas para isolar Wuhan, onde começou o surto da doença.

O governo da capital chinesa decidiu cancelar as festas populares que estavam previstas para a celebração do Ano Novo chinês que começariam na sexta-feira (25) como medida de proteção diante do alto número de casos. Todos os anos, milhares de habitantes de Pequim se espalham por parques e espaços públicos para assistir aos tradicionais bailes do leão e do dragão.

Especialistas explicam as características do novo coronavírus

Especialistas explicam as características do novo coronavírus

A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta da doença em 31 de dezembro de 2019, depois que as autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan. Foram, então, adotadas medidas como isolamento de pacientes e realização de exames para identificar a origem da doença.

Ministério descarta casos brasileiros

O Ministério da Saúde afirmou que está em alerta para o risco de transmissão do coronavírus no Brasil. De acordo com a pasta, o nível de alerta é 1 (inicial), em uma escala que vai de 1 a 3. O nível mais elevado é ativado quando são confirmados casos transmitidos em solo nacional. Julio Henrique Rosa Croda, secretário substituto de Vigilância em Saúde, afirmou que cinco casos suspeitos da doença no Brasil foram descartados.

"O vírus sofreu uma pequena mutação e não se sabe ainda a forma de transmissão, se ele se assemelha à transmissão do Sars e do Mers, [outras variações de coronavírus, que são transmitidos por gotículas] e portanto mais limitada, ou se pode adquirir habilidade maior de transmissão, como o vírus da influenza, por aerossol", afirma Julio Henrique Rosa Croda, secretário substituto de Vigilância em Saúde.

Os registros estavam sendo investigados em Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Croda frisou que os casos suspeitos do Brasil foram descartados seguindo os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo ele, os parâmetros são: registro de febre e sintomas gripais; e critérios epidemiológicos, como se a pessoa suspeita de infecção viajou para Wuhan – cidade considerada o epicentro da doença, na China –, e se teve contato com infectados.

Na China, segundo Croda, a transmissão ocorreu entre familiares e profissionais de saúde, comportamento semelhante a outros vírus da família coronavírus.

Não foram feitos registros de casos transmitidos sem o contato com infectados, o que descarta o risco de uma pandemia.

Ciclo do novo coronavírus - transmissão e sintomas — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1

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