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Hospitais municipais do Rio têm baixa procura de pacientes em meio à crise da saúde

Medo dos pacientes, segundo funcionários, é de não ter atendimento. Profissionais do Albert Schweitzer protestam
Baixa procura por atendimento em hospitais do Rio Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob
Baixa procura por atendimento em hospitais do Rio Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob

RIO - Por conta da crise que atinge a rede municipal de saúde do Rio de Janeiro , muitos pacientes têm deixado de procurar as unidades geridas pela Prefeitura do Rio. Na manhã desta quinta-feira, poucas pessoas buscavam atendimento no Hospital municipal Salgado Filho, no Méier . O medo do não atendimento, segundo funcionários do local, era o motivo da baixa procura.

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Nessa quarta-feira, o local estava superlotado. Muitos pacientes esperaram horas para serem atendidos. A baixa procura por atendimento não é sinônimo de poucas pessoas dentro do hospital. Segundo familiares de pacientes que estão internatos no local, dezenas de pessoas esperam nos corredores para serem chamadas por algum médico.

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É o caso da diarista Paula Marcelina de Almeida, de 66 anos. A mulher quebrou o tornozelo, na última terça-feira após se desequilibrar e cair no serviço, na Pavuna, Zona Norte do Rio. Levada para o Salgado Filho, desde então a diarista espera em uma maca para ser operada.

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O filho da mulher, o atleta de MMA William Marcelino de Almeida, de 27 anos, conta que nos últimos dias a situação do local foi de “guerra”.

— Muitas pessoas ficaram jogadas em cadeiras de rodas pelos corredores. Durante a noite, alguns pacientes que morreram foi transportados em macas perto de pessoas que precisavam de atendimento. A situação está horrível nos últimos dias — lembrou o jovem.

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No Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, a situação é a mesma. Nesta manhã, apenas 30% dos funcionários trabalhavam na unidade. Assim como no Hospital Pedro II, em Santa Cruz. Pacientes que não são classificados como “em estado grave” estão sendo orientados a procurarem outros hospitais ou UPAs do estado.

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No Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, a situação é a mesma. Nesta manhã, apenas 30% dos funcionários trabalhavam na unidade. Assim como no Hospital Pedro II, em Santa Cruz. Pacientes que não são classificados como “em estado grave” estão sendo orientados a procurarem outros hospitais ou UPAs do estado.

Com carros de som, funcionários do Albert Schweitzer protestam na porta da unidade. Os funcionários dizem que o dinheiro prometido pelo prefeito Marcelo Crivella, na tarde desta quarta-feira, ainda não caiu em suas contas. Na quarta-feira, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem decidiram estender a greve por mais 24 horas após uma assembleia geral.