Carreira
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Adriana Fonseca — Para o Valor, de São Paulo


Quase metade dos profissionais brasileiros (46%) submetidos a um teste de integridade demonstra ter tendência a sucumbir a desvios ou a não denunciar colegas que desviam bens da empresa e 48% manipulariam ou aceitariam que colegas manipulassem relatórios de despesas pagas pela companhia com o intuito de ganhar um mais.

Na mesma pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa do Risco Comportamental (IPRC), dois terços dos entrevistados (66%) demonstraram ter tendência a realizar pagamentos indevidos para beneficiar fornecedores, e somente 29% percebem que pagamentos indevidos a terceiros são uma modalidade de fraude. “Muitas pessoas não cometem a fraude diretamente, mas se percebem um colega fazendo não interferem. Isso tem muito a ver com a nossa cultura, a ideia do jeitinho brasileiro, de aceitar ações antiéticas desde que elas não afetem diretamente a vida da pessoa”, comenta Renato Santos, diretor acadêmico do IPRC e professor de compliance no Ibmec, Fipecafi, Fecap, FIA e Trevisan Escola de Negócios.

Lançado em 2018, o instituto é resultado de uma parceria entre a S2 Consultoria e a Meu Estúdio, produtora de conteúdo de comunicação corporativa e reúne especialistas da academia e do mercado. Para chegar aos números da pesquisa, o instituto aplicou um teste desenvolvido por Santos chamado Potencial de Integridade Resiliente (PIR) em 2.435 profissionais de 24 empresas. Eles foram submetidos a um extenso questionário que simula dilemas éticos e expõe o entrevistado a diferentes situações de corrupção, apropriação indevida e fraudes.

Santos explica que as perguntas não são diretas, do tipo “você aceitaria suborno?”. Os temas são abordados de forma sutil - como na pergunta “se você recebesse presente de um fornecedor na sua casa como você se sentiria? Feliz ou irritado?” Questões nessa linha são feitas repetidas vezes para que se consiga realmente identificar a visão do entrevistado sobre o assunto. A precisão do PIR é de 82%.

Em outra questão, o entrevistado responde à pergunta “o que te impediria de aceitar suborno?”. “Se a pessoa colocar o medo de ser pega ou o fato de ter um bom salário, isso indica que, dependendo da situação, ela pode aceitar”, diz.

Nesse cenário de índices tão elevados de tendência a aceitar desvios éticos no trabalho, a saída é a empresa ter um conjunto de regras de compliance e apresentá-lo ao funcionário logo que ele entra. “Às vezes ele vem de uma empresa onde essa cultura é aceita, então é importante alinhar com ele o que a empresa não tolera em termos de política de compliance”, afirma.

Além disso, é necessário trabalhar o tema continuamente na organização. Por fim, um terceiro ponto é a manutenção de um canal de denúncias seguro e confidencial. “É fundamental dar ao funcionário a possibilidade de denunciar de forma anônima e sem qualquer tipo de retaliação.”

Mais recente Próxima Interrupções de e-mails aumentam o estresse no escritório

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais de Carreira

Carreira

Hábitos rotineiros e até alimentação podem influenciar qualidade do sono

8 dicas para acordar mais disposto para trabalhar

Carreira

Estudo aponta oito tendências para o Brasil, incluindo um foco maior na gestão de pessoas

O que os conselhos devem olhar de perto em 2024

Carreira

Confira as movimentações executivas da semana

Huawei tem novo CEO no Brasil

Carreira

O colunista Claudio Garcia afirma que agilidade e produtividade não aumentam quando realizamos ‘multitarefas’

O que de significativo você faz em 47 segundos?

Carreira

A primeira razão é pelo desenvolvimento na carreira, que surge antes da questão financeira

Um em cada quatro profissionais quer trabalhar em outro país

Carreira

Pesquisa exclusiva com 4,6 mil executivos no Brasil mostra demanda por postos na área de finanças

Os cargos de diretoria mais procurados em 2024

Carreira

"Horário nobre" de desempenho varia de pessoa para pessoa, mas é possível treinar o corpo e a mente para produzir mais

Qual é o melhor horário para trabalhar? Especialistas respondem

Carreira

Regulamentado em março, texto deve impulsionar ações para que os ambientes organizacionais sejam menos tóxicos, mas critérios ainda são vagos e requerem maturação

Nova lei da saúde mental: entenda como vai funcionar

Carreira

CLT garante direitos diferentes para cada tipo de desligamento

O que recebo se eu pedir demissão? Veja quais são os direitos dos trabalhadores