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Por Nabil Ghorayeb

Médico cardiologista do HCor, doutor em Cardiologia (FMUSP), fundador do CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese, Prêmio Jabuti (Literatura, Ciência e Saúde)

São Paulo


Corrida e caminhada podem ser praticadas por pessoas de qualquer idade ou gênero, desde que não haja restrições médicas — Foto: Istock Getty Images

O que é melhor para sermos ativos e saudáveis: correr, lutar, levantar pesos? E lá se vão dezenas de modalidades até agora, além de outras que serão criadas. Como devo escolher, sem estar perdendo tempo e dinheiro e, pior, afetando a saúde?

Os benefícios são advindos da maioria dos esportes existentes, onde a mistura da atividade aeróbica e anaeróbica se faz presente, com preponderância de um ou de outro dependendo da modalidade praticada.

A escolha depende de algumas informações pessoais: conhecimento, prática anterior e gosto pela modalidade; conhecimento, porém sem prática; conhecimento e vontade de praticar como um desafio; conhecimento e sugestão dos amigos; não ter idade para esse esporte; é muito dispendiosa a prática segura; modalidade que necessita de muito treino para sua prática; e muitas outras questões.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desde os anos 70/80 emitiu uma recomendação geral de que a caminhada ou trote diário (incluo a corrida de rua) por prazer ou lazer é a modalidade indicada para todas as pessoas, independente da idade ou sexo, desde que não haja limitações médicas individuais, não necessitando de aprendizado ou equipamentos especiais para sua prática. Ao menos isso devemos estimular na nossa família, entre colegas de trabalho e amigos de bate-papo.

Os grandes problemas que afastam as pessoas são a falta de tempo, falta de pista apropriada, local inseguro, custos mensais de uma academia ou de um clube e falta de companhia, entre outros.

Para as simples caminhadas, mesmo as longas, não são necessárias avaliações médicas muito detalhadas. Deve-se manter as medicações em uso e, se houver alguma dúvida, procurar o médico de referência.

Na terceira idade, os cuidados devem ainda ser maiores. O envelhecimento saudável, natural e ativo estimula as pessoas “em boa forma” a tomar decisões perigosas, como aconteceu na terrível tragédia do apresentador Gugu Liberato, que chocou a todos nós. Sentir-se bem não autoriza a prática de atividades de risco, fato esse que tem levado muitos idosos ativos aos consultórios médicos, principalmente de ortopedistas e clínicos do esporte. Lesões ocorrem porque a pessoa se sente em boa forma, mas esquece de que seu corpo tem a idade que tem, com limites óbvios.

Encerrando, lembro que hoje é dia de confraternização. Boas Festas!

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.