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Square, do dono do Twitter, lidera compra de fintech Afterpay (Foto: Andrew Brookes via Getty Images)

A Square, firma de pagamentos do cofundador do Twitter Jack Dorsey, vai comprar a fintech australiana Afterpay por 29 bilhões de dólares, criando um gigante de transações financeiras globais.

A aquisição, a maior de uma empresa australiana, ressalta a popularidade do modelo de negócios que mudou o crédito ao consumidor, cobrando dos lojistas uma taxa para oferecerem pequenos empréstimos no ponto de venda que seus clientes pagam em prestações sem juros.

O crescimento do mercado "compre agora, pague depois" (BNPL, na sigla em inglês) atraiu a atenção de pesos pesados ​​como Apple e Goldman Sachs.

A compra anunciada pela Square pode abrir caminho para mais aquisições, com grandes nomes como Mastercard, Visa, PayPal e outros mostrando interesse, disse D.A. Christopher Brendler, analista da Davidson.

No ano passado, a Afterpay, sediada em Melbourne, conquistou milhões de usuários nos Estados Unidos, que agora está entre os mercados de crescimento mais rápido.

O negócio vem na esteira de uma notável aceleração das ações da Afterpay, subindo de 10 dólares australianos no início de 2020 para mais de 100 em menos de dois anos.

A ação da Afterpay saltou 19% e a da Square subiu 11%, nesta segunda-feira.

"Construímos nosso negócio para tornar o sistema financeiro mais justo, acessível e inclusivo, e a Afterpay construiu uma marca confiável alinhada com esses princípios", disse Dorsey em comunicado.

As ações da rival Affirm subiram 17%, enquanto as de Zip e Sezzle também avançaram.

A Afterpay também concorre com a sueca Klarna, bem como com a provedora de pagamentos online dos EUA PayPal.

Criado em 2014, o Afterpay tem sido o termômetro do nicho do setor de pagamentos online que se tornou popular no ano passado, à medida que mais pessoas optaram por pagar em prestações por itens de uso diário durante a pandemia.

As firmas de BNPL emprestam aos clientes fundos instantâneos, normalmente de até alguns milhares de dólares, que podem ser pagos sem juros.

Como eles geralmente ganham dinheiro com comissões e multas por atraso - e não com o pagamento de juros - eles fogem da definição legal de crédito e, portanto, das leis de financiamento.

Isso significa que provedores de BNPL não são obrigados a fazerem verificações de antecedentes em novas contas, ao contrário das empresas de cartão de crédito, e normalmente pedem apenas o nome, endereço e data de nascimento do requerente. Os críticos dizem que isso torna o sistema um alvo de fraude.