Por G1 SP e TV Globo


Alesp deve votar PEC da previdência ainda hoje

Alesp deve votar PEC da previdência ainda hoje

A proposta de mudança na Previdência do estado prevê, entre outros pontos, aumento no recolhimento dos servidores, com desconto na folha de pagamento passando de 11% para 14%. Os servidores fizeram inúmeras manifestações contrárias ao projeto.

Por ser uma mudança na Constituição Estadual são necessárias duas votações. A medida conseguiu os exatos 57 votos favoráveis necessários para a aprovação em 1º turno. O placar teve 31 votos contrários. Ao todo, 88 dos 94 deputados estiveram presentes na sessão. O próximo passo é aguardar o prazo de seis horas de discussão para ir à 2º e última votação.

As associações de servidores públicos reclamam da falta de diálogo no processo. "A reforma não foi discutida com o servidor. Por que não foi? Porque tem coisa que não interessa ao servidor e mais que ao servidor, ao próprio serviço público", disse José Gozze, presidente da Associação dos Funcionários do TJ-SP.

O projeto de reforma foi proposto e enviado ao legislativo pelo governador João Doria em novembro passado com o objetivo de economizar R$ 32 bilhões em 10 anos.

"Hoje a gente gasta mais dinheiro com a previdência do que nós gastamos nas três áreas áreas fundamentais do estado, que é saúde, segurança e habitação. É insustentável a gente continuar vivendo desse jeito", disse o líder do NOVO e relator da Previdência, Heni Ozi Cukier.

Fachada da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) — Foto: Divulgação/Alesp

Suspensão

Em dezembro de 2019, o desembargador Alex Zilenovski suspendeu as discussões e a votação da reforma, e decidiu que o projeto deveria retornar a Comissão de Constituição, Justiça e Redação(CCJR).

À época, a liminar acatava ao pedido do deputado Emídio de Souza (PT), que questiona a designação do relator especial da PEC, o deputado Heni Ozi Cukier (Novo), feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris (PSDB).

A Assembleia Legislativa recorreu ao Supremo e, nesta terça, conseguiu autorização para retomar a tramitação. Atualmente, ainda seguem na Justiça ao menos três processos contra a Reforma.

Alesp discute reforma da previdência estadual

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Brigas e protestos

As sessões de discussão da PEC ano ano passado foram acaloradas, com xingamentos e iminência de agressões físicas.

Em uma delas, o deputado Arthur do Val (conhecido pelo pseudônimo ''Mamãe Falei'), sem partido após ser expulso do DEM, chamou deputados do PT de 'vagabundos'.

Proposta

Entre as principais mudanças propostas pelo governo estão:

  • Aumento da alíquota de contribuição de 11% para 14%
  • Idade mínima para as aposentadorias comuns: 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens
  • Professores, policiais civis, agentes de vigilância e de escolta penitenciários, e servidores que tenham condições especiais ou com deficiência terão regras de transição diferenciada.

Como é

  • Valor da alíquota de contribuição é de 11% para quem está na ativa e aposentados
  • Idade mínima para aposentadoria é de, no mínimo, mulher 55 anos para mulheres e 60 anos para homens
  • Os professores precisam ter dez anos de contribuição no serviço público e 5 no cargo, sendo a idade mínima de 50 anos para mulheres e 55 para homens
  • Para os policiais civis não há idade mínima para aposentadoria. É preciso ter 30 de contribuição e 20 anos no cargo de policial
  • Os policiais militares precisam ter 30 anos de contribuição e não tem idade mínima para se aposentarem.

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