Por G1 SP e GloboNews — São Paulo


João Doria fala sobre a pandemia do novo coronavírus em SP

João Doria fala sobre a pandemia do novo coronavírus em SP

O governador João Doria (PSDB) afirmou na manhã desta quarta-feira (1º) que o estado de São Paulo está "muito próximo" de atingir o "platô" de casos e mortes provocadas pelo coronavírus.

O platô ocorre quando existe uma situação de pico contínuo, uma estabilidade na elevação da curva de novos registros da doença, que demora a cair, antes da diminuição de novos casos e mortes de Covid-19.

“Nós estamos muito próximos do platô, que é aquela faixa superior e muito próximos de chegar a esse momento aqui no estado de São Paulo. Depois, dizem os especialistas, médicos, cientistas, epidemiologistas e infectologistas, que esse platô segue em uma linha horizontal e depois, na sequência, é o que nós esperamos, o decréscimo”, afirmou ele em entrevista ao jornal Em Ponto, da GloboNews.

Entretanto, a expectativa de desaceleração da doença é anunciada pelo governo desde a segunda semana de junho. Em coletiva de imprensa no dia 15 do mês passado, a equipe de saúde afirmou que a curva no estado apresentava tendência de estabilidade.

À época, o estado tinha registrado uma queda de apenas três mortes a menos em comparação à semana anterior, caindo de 1.526 mortos, entre o dia 31 de maio ao dia 6 de junho, para 1.523 mortos da semana epidemiológica entre 7 e 13 de junho.

Apesar da queda semanal, o número total de mortes e casos por Covid-19 voltou a aumentar na semana subsequente. Veja os índices abaixo.

Semana epidemiológica 23 (de 31/05 a 06/06)

  • 1.526 novas mortes
  • 33.406 novos casos

Semana epidemiológica 24 (de 07/06 a 13/06)

  • 1.523 novas mortes
  • 32.326 novos casos

Semana epidemiológica 25 (de 14/06 a 20/06)

  • 1913 novas mortes
  • 42.912 novos casos

Semana epidemiológica 26 (de 21/06 a 27/06)

  • 1.769 novas mortes
  • 49.788 novos casos

Durante a entrevista, o governador também destacou que o estado registrou 144 mortes a menos na última semana epidemiológica, entre 21 e 27 de junho.

Apesar da queda, o total de novas mortes semanais até o último sábado (27) ainda passa de 1,7 mil. (veja no gráfico abaixo)

“São Paulo teve um número menor de mortes na última semana, menos 144 da média da semana passada, ou seja, isso já é um reflexo da chegada muito próxima desse platô. A recomendação fundamental é para as pessoas que ainda puderem permanecerem em casa, ficarem em suas casas, e as que tiverem que sair usarem máscaras", afirmou.

Novas mortes por coronavírus no estado de São Paulo nesta semana — Foto: Arte/G1

Estatísticas

O balanço de mortes semanal é importante para avaliar o avanço da doença. Há uma variação muito grande dos registros de um dia para o outro.

Os novos casos e mortes diários são contabilizados de acordo com o registro no sistema, e não com o dia em que ocorreram.

Nos finais de semana e às segundas-feiras, o número tende a ser menor, por conta da redução no número de profissionais que trabalham na tabulação dos registros aos sábados e domingos. Os valores ficam atrasados, e costumam atingir picos no meio da semana.

Os dados ajudam a compreender a forma como a doença avança no país, mas são um recorte da realidade, uma vez que o número total de casos é subnotificado como já admitiu o próprio secretário da Saúde, José Henrique Germann.

Flexibilizações

O governo estadual iniciou a flexibilização gradual da quarentena em 1º de junho, antes que houvesse queda sustentada de novas mortes ou casos confirmados da doença, o que não é recomendado por especialistas. A justificativa para a reabertura foi a desaceleração no crescimento dos novos registros. Especialistas avaliam que a reabertura do comércio, que já teve início em diversas regiões do estado e causou aglomerações em diversas cidades, pode começar a impactar negativamente os dados das próximas semanas.

O governador também afirmou que o maior legado da pandemia será na área da Saúde, já que o estado tinha 3.500 vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) antes do início da pandemia e agora tem mais que o dobro, mais de 7.200. "Os investimentos feitos na saúde pública serão permanentes. Exceto os Hospitais de Campanha, todas as demais instalações foram aprimoradas e melhoradas. Nós mais do que dobramos a quantidade de Unidades de Terapia Intensiva", disse.

Funcionários trabalham no enterro de vítimas da Covid-19 no Cemitério Vila Formosa, zona leste de São Paulo, na manhã desta terça-feira (30), durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil — Foto: BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO

Máscaras

O governador ressaltou a importância do uso de máscaras enquanto não for descoberta uma vacina para a doença. "Até a chegada da vacina, a melhor forma além do isolamento social, de ficar preservado e não ser contaminado, é o uso de máscaras", afirmou.

O estado de São Paulo completa 100 dias de quarentena nesta quarta-feira (1º) com obrigatoriedade do uso de máscaras nas ruas de todo o estado sob pena de multa de R$ 500 para pessoas físicas e de R$ 5.000 para estabelecimentos comerciais para cada pessoa que estiver sem usar o acessório.

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