• Alana Fraga
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café (Foto: Pixabay)

 No último mês de 2020, foram embarcadas 4,3 milhões de sacas, 38,6% a mais na comparação com dezembro de 2019(Foto: Pixabay)

O Brasil registrou um recorde no volume de café (verde, solúvel e torrado & moído) exportado em 2020, totalizando mais de 44,5 milhões de sacas (60 kg/sc) embarcadas. Foi um aumento 9,4% na comparação com 2019, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

A receita cambial das exportações alcançou US$ 5,6 bilhões,10,3% a mais no ano passado em relação a 2019. Convertida em moeda nacional, foram R$ 29 bilhões, aumento de 44,1%. O café respondeu por 5,6% nas exportações do agronegócio e de 2,7% nos embarques totais do país. O preço médio da saca no ano foi de US$ 126,52.

“A cafeicultura brasileira vive um momento muito importante da sua história e é uma satisfação presentar esses números, um esforço de todos os elos da cadeia produtiva”, comentou Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé, que encerra a sua participação de cinco anos à frente da entidade. 

Do volume total embarcado em 2020, 40,4 milhões de sacas foram de café verde, aumento de 10,2% comparado com 2019. No arábica, as exportações totalizaram 35,5 milhões de sacas, alta de 8,4% ante 2019 e recorde para a variedade. No robusta/conillon, foram 4,9 milhões de sacas exportadas, crescimento de 24,3% e também maior volume da história.

As vendas externas de cafés industrializados foram de 4,1 milhões de sacas, aumento de 2,3% em 2020. Os destaque foi o café solúvel, com um volume recorde de 4,1 milhões de sacas embarcadas, alta de 2,4%. as exportações de café torrado & moído caíram 10,2% na comparação de 2020 com 2019, somando 29,37 mil sacas.






Os Estados Unidos mantiveram a liderança no ranking dos principais países compradores do café brasileiro em 2020, respondendo por 18,3% nas exportações totais (8,1 milhoes de sacas). O segundo maior destino foi a Alemanha, com 7,6 milhões (17,1%) e, em terceiro, a Bélgica, com 3,7 milhões (8,4%). Na sequência estão: Itália, com 3 milhões de sacas (6,8%), Japão, com 2,4 milhões de sacas (5,4%), Turquia, 1,4 milhão (3,2%); Federação Russa, 1,2 milhão (2,8%); México, 1,1 milhão (2,4%); Espanha, 936,2 mil (2,1%) e Canadá, 904,2 mil (2%).

Nos dois continentes mais afetados pela Covid-19, Europa e América do Norte, o Brasil também apresentou crescimento nas exportações para os países dos dois continentes, de 8,8% e de 3,8%, respectivamente.

“De cada três xicaras que se bebe no mundo, mais de uma é de café brasileiro. É importante observarmos a eficiência e capacidade brasileira em atender os mercados no exterior”, ressaltou Carvalhaes.

As exportações de cafés diferenciados – com qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis - corresponderam a 7,9 milhões de sacas, o maior volume dos últimos cinco anos para o ano. O volume representa 17,7% do total de café embarcado em 2020, assim como avanço de 4,4% em relação ao volume de cafés diferenciados exportado no ano civil de 2019.

A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 1,3 bilhão, correspondendo a 22,9 % do total gerado com os valores da exportação de café. O preço médio dos cafés diferenciados ficou em US$ 163,60.

Dezembro

Dezembro de 2020 também foi de recorde nas exportações para o mês. Foram embarcadas 4,3 milhões de sacas, 38,6% a mais na comparação com dezembro de 2019. A receita foi de US$ 541 milhões, crescimento de 37,1% e equivalente a R$ 2,8 bilhões (+71,7% em reais). Já o preço médio da saca de café no mês foi de US$ 126,92.

As exportações de cafés verdes somaram 3,9 milhões de sacas (aumento de 41,8% ante dezembro de 2019). O café arábica também foi recorde nas exportações no mês, sendo embarcadas mais de 3,5 milhões de sacas no mês. A variedade robusta (conilon), os embarques seguem em recuperação. Em dezembro, foram 380 mil sacas, 10,1% a mais.

Os cafés industrializados corresponderam a 353,1 mil sacas embarcadas (registrando aumento de 11,3%), sendo 352 mil sacas de café solúvel (crescimento de 11,5%) e 1,4 mil de torrado & moído.

Desde setembro de 2020, o Brasil vinha exportado, todo mês volumes acima de 4,0 milhões de sacas, demonstrando um momento positivo para o setor mesmo diante das dificuldades da pandemia do coronavírus.

“Isso é muito difícil e o Brasil, com quase 40% do mercado global, demonstra a sua competência em continuar atendendo aos mercados consumidores”, destacou o presidente da entidade.

Segundo Carvalhaes, a expectativa para este ano é de que as exportações devam continuar firmes e que o Brasil deve continuar embarcando o máximo de volume de café que puder, “dentro de suas possibilidades”.

Safra 2020/2021

Nos seis primeiros meses do ano-safra 2020/2021 de café (julho a dezembro/2020), o Brasil já exportou 24,5 milhões de sacas. O volume também representa um recorde histórico exportado para o período e um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ciclo anterior (2019/2020).

A receita cambial gerada no período foi de US$ 3 bilhões, crescimento de 18,9% e equivalente a R$ 16,3 bilhões que, na conversão em reais, representa alta de 58,4%. O preço médio da saca no período foi de US$ 123,16.