Tecnologia

Por Reuters


Ativista protesta contra o Facebook e seu presidente-executivo, Mark Zuckerberg, antes de depoimento do executivo ao parlamento Europeu em 208. — Foto: Francois Lenoir/Reuters

O comissário de assuntos ligados à indústria da União Europeia, Thierry Breton, afirmou nesta segunda-feira (17) que é o Facebook que tem que se adaptar aos padrões europeus, não o contrário. A fala foi uma crítica às propostas de regulação apresentadas pela rede social norte-americana.

O comentário de Breton veio após uma curta reunião com o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, que está tentando emplacar a primeira proposta de regras destinadas a regular a atividade de gigantes de tecnologia norte-americanas e chinesas no bloco de países.

Breton também afirmou que vai decidir até o final do ano se adota regras duras como parte de um pacote destinado a regular serviços digitais de plataformas online. Ele desconsiderou um estudo apresentado pelo Facebook na segunda-feira que chama de regulações intrusivas a intenção da UE de agir sobre o setor.

"Não se trata do caso de nós nos adaptarmos a esta companhia, mas esta companhia se adaptar a nós", disse Breton, um ex-presidente da operadora francesa de telecomunicações Orange e da empresa de tecnologia também francesa Atos, a jornalistas após a reunião.

Breton ainda disse que o Facebook não fez qualquer menção sobre sua dominância de mercado e também não citou suas responsabilidades. "Não é o suficiente", afirmou.

A comissária de justiça da UE, Vera Jourova, que também participou da reunião com Zuckerberg, foi igualmente dura com o Facebook sobre o combate ao discurso de ódio on-line, desinformação e manipulação eleitoral.

"O Facebook não pode se afastar de toda a responsabilidade. O Facebook e Zuckerberg têm que responder à questão sobre quem eles querem ser como uma companhia e que valores querem promover", disse ela em comunicado.

Breton vai anunciar propostas na quarta-feira (19) para regular as gigantes de internet dos EUA e China. O bloco vai anunciar também regras envolvendo uso da inteligência artificial.

Responsabilidade de conteúdo

Referindo-se à possibilidade de a UE considerar companhias de internet responsáveis pela propagação de discurso de ódio e outros conteúdos ilegais publicados em suas plataformas, o Facebook afirmou no documento entregue às autoridades europeias que esta avaliação desconsidera a natureza da internet.

A gigante da mídia social pediu para os reguladores europeus entenderem as capacidades e limitações da tecnologia na avaliação de conteúdo e para permitirem às empresas flexibilidade para inovarem.

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