Por Chico Regueira, Gisela Pereira, Luana Alves e Maria Morganti, RJ2


Nas favelas, famílias usam a criatividade em tempos de confinamento.

Nas favelas, famílias usam a criatividade em tempos de confinamento.

O isolamento social, uma das medidas para conter o novo coronavírus no Rio, é mais um desafio para quem vive nas comunidades da cidade. O grande número de pessoas em poucos metros quadrados torna a recomendação um pouco mais difícil.

De acordo com lideranças de favelas, mais de 3 milhões de pessoas vivem nas comunidades do Rio. Por causa da aglomeração, muitos moradores tomam cuidado para não levar o vírus para casa.

“Eu tenho três filhos pequenos e um neto. Está todo mundo preso dentro de casa. Amontoados dentro de casa, sem escola e sem renda”, diz Jaqueline, moradora do Morro do Borel, na Tijuca.

Para aqueles que precisam sair da residência, o jeito é se prevenir no retorno.

“Sempre deixamos a roupa suja do lado de fora. Temos lavado a mão com muito mais frequência e temos utilizado bastante álcool em gel. Minha família é muito numerosa e é preciso redobrar os cuidados em época de coronavírus”, disse Thiago Alves, morador do Jacarezinho, na Zona Norte.

Criatividade para contornar o isolamento

Durante o isolamento, diversas famílias das comunidades encontraram atividades para entreter crianças dentro de casa.

Em entrevista ao RJ2, alguns responsáveis contaram que jogam, fazem exercícios, assistem filmes e fazem dobraduras.

A pequena Gabrielly do Morro do Vidigal, na Zona Sul, usa as redes sociais do pai para fazer um tutorial de maquiagem.

Fabíola Alves, do Complexo do Alemão, brinca, ensina e come pipoca com o filho Guilherme para passar o tempo.

“É o momento em que eu ensino para ela os acordes musicais. É muito difícil manter as crianças em casa, mas é uma forma que eu achei para ensinar a arte de entreter e continuar as atividades de escola que a professora está mandando pelo Whatsapp”, disse Matheus Brito, da Cidade de Deus, na Zona Oeste.

Na Favela Asa Branca, em Curicica, também na Zona Oeste, a banheira ganhou status de piscina para a criançada. No Morro da Pedrinha, no Vidigal, as crianças também brincam sem sair de casa.

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