Por G1 SP


Frasco de vacina da Pfizer — Foto: Thayna Polin/Prefeitura de Bauru

O governo de São Paulo afirmou nesta quarta-feira (18) que vai reduzir o intervalo de aplicação entre as duas doses do imunizante contra a Covid-19 da Pfizer para 21 dias assim que receber mais vacinas do governo federal.

Mais cedo, o Ministério da Saúde anunciou que prevê reduzir o espaçamento da Pfizer, que hoje é de 90 dias, para 21 dias. A medida começa a valer a partir de setembro. (leia mais abaixo)

O ministro atendeu em parte a um pedido do governo estadual, que acionou o Supremo por alegar ter recebido 228 mil doses a menos da Pfizer do que o percentual a que São Paulo teria direito. O Ministério da Saúde nega que a mudança de critério represente prejuízo para o estado.

Outros estados e cidades já adotaram a redução de intervalo com o objetivo de ampliar a proteção da população, tendo em vista a ameaça com o avanço da variante delta. Na capital paulista, medida passou a ser adotada nesta segunda-feira (16) na "xepa" de doses remanescentes.

"São Paulo vai seguir a recomendação da redução do intervalo das doses da vacina da Pfizer. Os nossos técnicos entendem que é possível reduzir o intervalo. Aliás, como estabelece o próprio fabricante, que atesta a eficácia e a segurança da vacina em um prazo bem inferior aos 90 dias que têm sido praticados no Brasil", afirmou o governador João Doria (PSDB).

Após negar antecipação de segunda dose das vacinas com base em estudos, o governo de São Paulo passou a admitir a possibilidade no final de julho.

O estado começou nesta quarta a imunizar contra a Covid adolescentes com comorbidades. A vacina da Pfizer é a única autorizada pela Anvisa no Brasil para este público.

Segundo a coordenadora do programa estadual de imunização, Regiane de Paula, é necessário que mais doses sejam entregues para que o calendário avance e a segunda dose possa ser antecipada.

"Esperamos do Ministério da Saúde mais doses para que possamos avançar na população adolescente. Vamos vacinar todos os adolescentes. Precisamos que nos encaminhe doses da vacina da Pfizer para que a gente possa antecipar a segunda dose, como está previsto da bula da vacina", afirmou.

Diminuição do intervalo da Pfizer

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou mais cedo nesta quarta-feira que o governo federal considera diminuir o intervalo entre doses da vacina da Pfizer para 21 dias em setembro. Segundo estimativas do governo, todos os brasileiros irão receber a primeira dose da vacina até o próximo mês.

Atualmente, o ministério recomenda o espaçamento de 90 dias entre doses. Na bula da vacina, o período previsto é de 21 dias.

“O intervalo da Pfizer no bulário é de 21 dias. Para avançar no número de brasileiros vacinados com a primeira dose, resolveu-se ampliar o espaço para 90 dias. Agora que nós já vamos completar a D1 [primeira dose] em setembro, estudamos voltar o intervalo para 21 dias para que a gente possa acelerar a D2 [segunda dose]. Se fizermos isso, em outubro teremos mais de 75% da população vacinada com a D2”, disse o ministro.

Em julho, Queiroga já havia sinalizado que a diminuição do intervalo entre doses da Pfizer só ocorreria após a aplicação de 1ª dose em todos os adultos vacináveis.

Terceira dose

O ministro também afirmou que a terceira dose da vacina será aplicada, inicialmente, em idosos e profissionais da saúde. Entretanto, Queiroga não informou quando a dose de reforço começará no Brasil e que mais dados científicos são necessários.

“Estamos planejando para que, no momento que tivermos todos os dados científicos e tivermos o número de doses suficiente disponível, já orientar um reforço da vacina. Isso vale para todos os imunizantes. Para isso, nós precisamos de dados científicos, não vamos fazer isso baseado em opinião de especialista”, explicou o ministro.

Ele lembrou que o Ministério da Saúde já encomendou um estudo para verificar a estratégia de terceira dose em pessoas que tomaram a CoronaVac. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autorizou estudos de terceira dose das vacinas da Pfizer e AstraZeneca no Brasil (veja mais abaixo).

“Sabemos que os idosos têm um sistema imunológico comprometido e por isso eles são mais vulneráveis. Pessoas que tomaram duas doses da vacina podem adoecer com a Covid, inclusive ter formas graves da doença. Mas se compararmos os que vacinaram com duas doses e aqueles que não vacinaram, o benefício da vacina é incontestável”, disse Queiroga.

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