Política
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Por Vandson Lima e Andrea Jubé — De Brasília


Simone Tebet: escolha de uma outra mulher para a Vice traria, segundo pesquisas internas, “frescor” à chapa — Foto: Cristiano Mariz/O Globo - 8/2/2022
Simone Tebet: escolha de uma outra mulher para a Vice traria, segundo pesquisas internas, “frescor” à chapa — Foto: Cristiano Mariz/O Globo - 8/2/2022

O MDB confirmará hoje, em uma contestada convenção que será realizada a distância, a indicação de Simone Tebet como candidata à Presidência da República nas eleições deste ano. A federação formada por PSDB e Cidadania também se reunirá para confirmar sua presença na chapa. Uma tentativa de judicializar a disputa, movida pela ala alinhada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi rejeitada ontem pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin.

A convenção ocorre com uma provável mudança na escolha do vice, que não deverá mais ser o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Em que pese Simone e Tasso terem uma relação muito próxima, motivos de ambos os lados pesam contra a indicação do tucano para o posto. Da parte do senador, que pretendia não disputar mais cargos públicos, despedir-se da política em uma chapa com poucas chances de êxito, dada a polarização promovida pelas candidaturas de Lula e Jair Bolsonaro (PL), seria melancólico.

Da parte da pré-candidata, uma ampla pesquisa qualitativa realizada pela campanha e detalhada ao Valor mostra que a opção por Tasso pouco agregaria às pretensões da emedebista - para o presente e para o futuro.

De acordo com a sondagem, Tasso é visto como um nome que traz credibilidade. Contudo, torna a chapa muito “tradicional” e pouco acrescenta em termos de voto e discurso. Já a escolha de uma outra mulher para a vice, aponta a pesquisa, traria um “frescor”, por se tratar de uma inédita composição 100% feminina na disputa pelo Palácio do Planalto.

Tudo somado, afirmam interlocutores de Simone, três nomes estão sendo discutidos para a vice neste momento: das senadoras Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA) e da ex-prefeita de Caruaru e pré-candidata ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). Esta última é vista como a possibilidade mais remota, por se tratar de alguém que já está com estrutura de campanha montada para a eleição local. Mara Gabrilli é de São Paulo e uma ativista pelos direitos de pessoas com deficiência. Eliziane Gama é maranhense e muito influente no meio evangélico - o pai é pastor e uma das filhas é cantora gospel.

Foi com esses dados em mãos que Simone Tebet ponderou, em entrevista ao programa “Central das Eleições”, da GloboNews, que a indicação do vice cabe a PSDB e Cidadania, e que Tasso pode ocupar outras posições na campanha. “Tasso está pronto para ser o vice, se for a vontade do partido [PSDB] e se for esse o melhor projeto. Tasso é um irmão político que tenho, uma das últimas referências vivas ativas daquela velha guarda da grande política que resolvia os problemas reais do Brasil. Ele estará como vice, ou no palanque, ou como coordenador da nossa campanha”.

Ainda que o discurso público seja, por óbvio, de que Simone Tebet chegará ao segundo turno e tem chances de ganhar a corrida presidencial, interlocutores da pré-candidata a veem bastante consciente de suas chances na disputa: salvo por algum evento inesperado e de grande magnitude, a disputa está polarizada e a melhor perspectiva para Simone é ultrapassar Ciro Gomes (PDT) e terminar o primeiro turno na terceira colocação: isso tornaria seu apoio importante em um eventual segundo turno e a projetaria como um nome para a eleição presidencial de 2026. A escolha de uma outra mulher para a vice está alinhada com essa compreensão de posicionar Simone Tebet no cenário político nacional e jogar para o futuro.

Em nota, Tasso nem confirmou, nem desmentiu que está fora dos nomes considerados para a vice. “Fui um dos primeiros a manifestar meu entusiasmo pela candidatura da Simone. Acho uma candidatura preparadíssima, e ela é capaz de unir o Brasil. No entanto, a definição da vice depende de uma série de conversas e entendimentos internos de sentido político e eleitoral, em que o propósito final será encontrar aquilo que seja o melhor para a candidatura. Qualquer que seja a decisão, estarei do lado dela”, escreveu o senador.

O Valor apurou que Tasso tem afirmado a interlocutores que sua família o desestimulou de embarcar no projeto presidencial. Ao mesmo tempo, o MDB não teria cumprido itens ajustados com o PSDB para a aliança, como o apoio ao ex-governador Eduardo Leite (PSDB) - afilhado político de Tasso - no Rio Grande do Sul.

O tucano também está envolvido em outras frentes, mantendo conversas inclusive com Lula. Eles se falaram por telefone no domingo e o petista o convidou para uma conversa na capital paulista hoje, mas Tasso declinou para participar da convenção de seu partido e continuar as articulações para posicionar os tucanos na eleição no Ceará.

Segundo interlocutores do presidenciável petista, Lula gostaria de ter o apoio do dirigente tucano ainda no primeiro turno, no contexto da frente ampla em defesa da democracia que ele busca consolidar. Também gostaria de trazer Tasso e o PSDB para uma aliança com o PT no Ceará, num movimento para tentar isolar o grupo político de Ciro Gomes (PDT), seu adversário na disputa presidencial.

Depois de trazer Geraldo Alckmin para a vaga de vice-presidente, Lula busca o apoio de quadros tucanos dissidentes para a sua candidatura presidencial, como o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes. Nos bastidores, o líder petista também costura uma aliança do PT com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) em Goiás.

Interlocutores de Tasso, entretanto, descartam a hipótese de eventual apoio do tucano a Lula ainda no primeiro turno. Em eventual segundo turno, entretanto, os mesmos aliados afirmam que Tasso pode apoiar Lula, se o adversário for Bolsonaro.

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