A representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Katherine Tai, afirmou nesta segunda-feira que o governo de Joe Biden fará a China cumprir o acordo comercial de “Fase um”, firmado em janeiro de 2020.
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A promessa será feita durante discurso de Tai em um evento do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS), em Washington. A expectativa é que esta será a avaliação mais detalhada da estratégia da Casa Branca para a China desde que Biden assumiu o cargo.
“A China assumiu compromissos com o objetivo de beneficiar certas indústrias americanas, incluindo a agricultura, que devemos fazê-la cumprir”, dirá Tai no discurso, segundo trechos antecipados pelo USTR à imprensa americana.
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Além de forçar o cumprimento do acordo, Tai pretende dizer que os EUA têm “sérias preocupações” sobre as práticas comerciais “focadas no Estado” adotadas pela China, não abordadas na “Fase Um” da negociação entre os dois países.
“Enquanto trabalhamos para fazer cumprir os temos da Fase Um, levantaremos essas preocupações políticas mais amplas”, diz um dos trechos do discurso da representante comercial.
O acordo, negociado ainda no governo de Donald Trump, previa que a China ampliasse suas compras de bens e serviços em mais de US$ 200 bilhões ao longo de 2020 e 2021.
No ano passado, Pequim ficou aquém da meta de compra de bens em quase 40%, segundo Chad Bown, do Peterson Institute for Internacional Economics. Neste ano, faltando ainda quatro meses pela frente, Pequim está no caminho de ficar 30% abaixo da meta.
Até agora, não houve para a China nenhuma consequência pelo fato de não ter cumprido as metas previstas no acordo. Em parte, o aumento das compras não ocorreu como previsto por causa da pandemia de covid-19, que tornaram os números mais difíceis de se alcançar.
Pouco depois de tomar posse, Biden determinou uma revisão completa da política dos EUA para a China e manteve uma série de tarifas impostas a produtos chineses por Trump. Os resultados dessa análise não foram divulgados pela Casa Branca, mas espera-se que Tai revele hoje quais serão as linhas gerais da abordagem do novo governo em relação à Pequim.