A Listo, fintech que tem 80% dos seus clientes entre pequenas concessionárias e oficinas mecânicas, captou mais R$ 400 milhões. Os recursos vão financiar um dos produtos da fintech: antecipação ao lojista de valores parcelados pelos clientes no cartão de crédito.
— Às vezes, o cliente parcela em vinte vezes, mas a gente antecipa para a loja em D+0 (ou seja, no mesmo dia). O dinheiro captado nos ajuda a cobrir esse descasamento de caixa — explica Olavo Cabral Netto, fundador e CEO da Listo, que oferecer às PMEs um software de gestão do dia a dia do negócio, meios de pagamento e soluções de crédito.
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Quando o assunto é dinheiro, a Listo é uma fintech sui generis. Enquanto start-ups brasileiras que nem sequer estão operacionais captam milhões junto a fundos abastecidos com o “dinheiro grátis” do mundo desenvolvido na pandemia, a Listo nunca fez uma rodada de captação.
Em vez disso, prefere se financiar via fundos de direitos creditórios, os FIDCs, que não mexem na estrutura societária da fintech. (Por isso, Cabral Netto é dono de quase todas as ações da Listo desde a fundação, em 2014).
Novos produtos
A captação de R$ 400 milhões é a terceira do FIDC da Listo, que já levantou R$ 850 milhões desde 2017 para o produto de antecipação de recebíveis de cartão.
Mas a Listo avalia novas formas de captação para financiar outros produtos que vem acrescentando à plataforma. Um deles é o crédito direto ao consumidor (CDC), por meio do qual o cliente da concessionária pode financiar o carro por meio da Listo. Outra linha é de crédito para o capital de giro do próprio lojista.
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Esses dois novos produtos foram lançados há cerca de um ano e meio e têm carteira combinada de R$ 70 milhões, emprestados com caixa da própria Listo. Já o negócio de antecipação de pagamentos do cartão tem carteira de cerca de R$ 1 bilhão.
A companhia diz já ter mais de 100 mil clientes lojistas e quase 100 mil consumidores — ou seja, gente que tomou financiamento nas concessionárias ou na oficina por meio a solução da Listo. Segundo a fintech, seu faturamento foi de quase R$ 200 milhões no ano passado.